França pede respostas duras a possível anexação da Cisjordânia por Israel

Premiê israelense afirmou que anexação de parte do território palestino começará a ser discutida em julho

A França pede a membros da UE (União Europeia) que considerem dura resposta contra Israel se o país anexar partes da Cisjordânia. As informações foram concedidas por três diplomatas europeus nesta segunda (11) à agência de notícias Reuters.

Os governos da Bélgica, Irlanda e Luxemburgo também têm a intenção de discutir sanções econômicas contra Tel Aviv. Há uma reunião entre os ministros das Relações Exteriores, marcada para esta sexta (15). A medida, porém, só será valida caso haja consenso.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que começam em julho discussões sobre a extensão da soberania israelense nos assentamentos judeus e no Vale do Jordão, na Cisjordânia. A proposta é uma das sugestões do plano de paz do presidente dos EUA, Donald Trump.

Os palestinos expressaram indignação com os planos de Israel. Com as anexações, os israelenses expandiriam ainda mais seu domínio sobre as terras ocupadas na guerra de 1967 no Oriente Médio, alvo de críticas desde então.

Os diplomatas da União Europeia não deram detalhes sobre quais sanções contra Israel seriam consideradas.

O muro da Cisjordânia foi construído por Israel em 2002 a pretexto de evitar a infiltração de terroristas suicidas palestinos em Israel (Foto: Justin McIntosh/Wikimedia Commons)

Empréstimo

Em um raro acordo, Israel irá emprestar US$ 228 milhões à Autoridade Palestina durante os próximos quatro meses. A meta é compensar a perda de receita durante a pandemia do novo coronavírus.

A Cisjordânia e a Faixa de Gaza já registraram mais de 370 casos confirmados do Covid-19. As informações são da Bloomberg.

O déficit orçamentário do órgão provisório de autogoverno é de US$ 2,4 bilhões, segundo um oficial do governo israelense ouvido pela reportagem.

Israel recolhe taxas de palestinos empregados no país e impostos alfandegários sobre importações e exportações em nome da Autoridade Palestina, transferindo parte dessa receita.

O modelo respeita um antigo acordo entre as duas partes. No entanto, por causa do vírus, houve brusca queda na quantia arrecadada.

O governo israelense cobrará uma taxa de juros de 1% ao longo de dois anos. Haverá um período de carência, ou seja, sem pagamento, de seis meses. A cooperação contrasta com as discussões sobre a anexação de parte da Cisjordânia por Israel.

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