OMS cita ‘tendência crescente de mortes’ e diz que pandemia ‘não está nem perto do fim’

Chefe da entidade destaca subvariantes da Ômicron, que geram uma onda de casos, hospitalizações e mortes em todo o mundo.

O aumento dos casos de Covid-19 não está apenas pressionando ainda mais os sistemas de saúde e os trabalhadores do setor já sobrecarregados. Também tem desencadeado uma “tendência crescente de mortes”, disse o chefe da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, na terça-feira (12).

Ele informou que o Comitê de Emergência para Covid-19 concluiu, na sexta-feira (8) passada, que “o vírus continua sendo uma emergência de saúde pública de interesse internacional”. E, embora reconheça que a posição hoje é muito melhor que no início da pandemia, lembrou que novas ondas demonstram que a pandemia “não está nem perto do fim”.

Tedros delineou desafios interligados apresentados agora pelo vírus, começando com subvariantes da Ômicron, como BA.4 e BA.5, que continuam a gerar uma onda de casos, hospitalizações e mortes em todo o mundo.

Ele observou que a vigilância reduzida, incluindo testes e sequenciamento, tornou cada vez mais difícil avaliar o impacto das variantes na transmissão, nas características da doença e na eficácia das medidas para combater a doença.

Diretor-geral da OMS durante discurso em assembleia geral virtual (Foto: OMS/Reprodução)

Tedros também apontou diagnósticos, tratamentos e vacinas que não estão sendo implantados de forma eficaz.

“O vírus está funcionando livremente, e os países não estão gerenciando efetivamente a carga da doença com base em sua capacidade, tanto em termos de hospitalização para casos agudos quanto no número crescente de pessoas com condição pós-Covid-19, muitas vezes referida como Covid-19″, afirmou.

O chefe da OMS destacou uma desconexão na percepção de risco da Covid-19 entre comunidades científicas, líderes políticos e o público em geral, descrevendo a situação como “um desafio duplo de comunicar o risco e construir a confiança da comunidade em ferramentas de saúde e medidas sociais de saúde pública, como mascaramento, distanciamento e ventilação”.

Segundo Tedros, não devemos dar como garantidas as ferramentas que impediram infecções, hospitalizações e mortes e devemos continuar a empregar mascaramento, ventilação melhorada e protocolos de teste e tratamento.

“Planejar e combater a Covid-19 também deve andar de mãos dadas com a vacinação contra doenças mortais como sarampo, pneumonia e diarreia”, ressaltou ele. “Não é uma questão de um ou outro. É possível fazer os dois”.

Varíola dos macacos

O chefe da OMS também falou sobre a varíola dos macacos, que atualmente tem 9.200 casos em 63 países. Na próxima semana, o Comitê de Emergência para a doença se reunirá novamente para examinar as tendências, o sucesso até agora das contramedidas e os próximos passos para combater o surto.

Enquanto isso, a OMS continua a combater o estigma em torno do vírus, coordenar o compartilhamento de vacinas e impulsionar a pesquisa e o desenvolvimento.

“Volto a enfatizar que devemos trabalhar para interromper a transmissão e aconselhar os governos a implementar o rastreamento de contatos para ajudar a rastrear e conter o vírus, bem como ajudar as pessoas em isolamento”, destacou Tedros.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente em inglês pela ONU News

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