Este conteúdo foi publicado originalmente pela agência ONU News, da Organização das Nações Unidas
O mundo tem poucas histórias do combate à pandemia como a de Timor Leste: desde o início da crise global de saúde, foram notificados cerca de 100 casos de contaminação e nenhuma morte pela Covid-19.
A ONU News conversou com a ministra timorense da Saúde, Odete Maria Freitas Belo, sobre a forma como o país responde à pandemia. De Díli, ela elogiou o poder de se estabelecer parcerias contra a doença.
Freitas Belo falou de solidariedade e das alianças que têm favorecido o país na luta contra o vírus. Segundo ela, agências da ONU, como a OMS, apoiaram várias ações e auxiliaram os timorenses de uma forma indispensável.
A entrevista da ministra à ONU News marca ainda o papel da liderança feminina no combate à Covid-19 que é o tema do Dia Internacional da Mulher, celebrado neste 8 de março.
Em mensagem, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que a liderança feminina tem mantido os níveis de prevalência mais baixos e os países no caminho da recuperação.
Ganhos
Para a ministra timorense, a aquisição dos primeiros testes e equipamentos de proteção individual como fruto da parceria internacional ajudaram a mitigar a crise.
Na quarta-feira, Timor Leste terminou o período de restrições sanitárias estabelecidas pelo governo para evitar casos. A limitação de movimentos foi declarada em vários municípios.
Uma fase determinante deve começar em breve, quando o país receberá as 100,8 mil unidades da vacina contra a Covid-19 como parte da iniciativa Covax para impulsionar a prevenção.
Entre os 8% da população timorense comtemplados pela primeira fase de imunização estão profissionais de saúde, funcionários de aeroportos e moradores de áreas de fronteira.
Sem um único caso de Covid-19 há mais de 100 dias, Timor Leste contraria a tendência global de uma nova leva de contaminação após sete semanas de declínio, segundo a OMS.
No entanto, as autoridades de Díli apontam que o sistema de saúde ainda é frágil. A ministra reconhece o risco do país, apesar da nula taxa de mortalidade, da eficácia no controle e propagação.
O país aposta no reforço de parcerias para melhorar a capacidade dos laboratórios nacionais e a gestão dos casos que venham a ocorrer. A medida passa por centros de saúde com equipamentos de diagnóstico e a disponibilidade de medicamentos.
Este ano, a União Europeia financiou a OMS numa iniciativa para reforçar os sistemas de saúde até ao nível mais básico em Timor Leste. A ideia é garantir sistemas mais resilientes para dar uma resposta mais robusta à pandemia.