O Panamá isolou quase 200 migrantes em um acampamento na província de Darién, no meio da selva, para conter a disseminação do novo coronavírus, segundo a Reuters.
O grupo de africanos, cubanos e haitianos está preso na região por causa da pandemia. Os migrantes passam pelo país na tentativa de chegar aos Estados Unidos.
Eles costumam atravessar toda a América do Sul e a viagem inclui uma perigosa passagem pela região de Darién, parte de floresta que se estende da Colômbia ao Panamá, considerada a mais perigosa da América Latina.
Em Darién, a vegetação é densa e não há estradas. Até a rodovia Panamericana, que cruza a América de norte a sul, é interrompida por ali.
No lado panamenho, a estrada acaba em Yaviza. Os 124 quilômetros que separam a cidade da outra ponta da estrada são um buraco-negro geográfico – nem os serviços de GPS não conseguem indicar rotas por ali.
Em maio, as autoridades colocarem em quarentena cerca de 90 indivíduos que testaram positivo para o Covid-19, junto com seus familiares e companheiros, no local.
Desde que os países latino-americanos começaram a fechar a fronteira como medida para evitar a disseminação do coronavírus, 2,5 mil migrantes ficaram detidos no Panamá.
De acordo com o ministro da Segurança panamenho, Juan Pino, disse que apenas seis dos migrantes ainda estão testando positivo para o Covid-19. O governo deve começar a construção de um novo abrigo para 500 pessoas em breve.
Um dos migrantes disse à reportagem que ele e a família se sentem satisfeitos com as condições do acampamento e que médicos aparecem todos os dias para verificar os sintomas de cada um.
Outro membro do acampamento falou que a comida oferecida tinha adoecido algumas das pessoas do grupo, com alguns sofrendo diarreia.
De acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgados nesta terça (9), o Panamá registrou 16,4 mil casos confirmados da doença e 393 mortes.