A pandemia do novo coronavírus chega à Venezuela em meio à crise humanitária e ameaça reduzir ainda mais a capacidade de um já sobrecarregado e dilapidado sistema de saúde.
Dentro da Venezuela, os centros de saúde mal conseguem oferecer cuidados em procedimentos do dia a dia. A avaliação foi feita pelo UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas).
Há, por exemplo, uma escassez de 80% na oferta de contraceptivos e de bancos de sangue adequados. Os bancos são fundamentais para administrar complicações como a hemorragia pós-parto.
A consequência foi o aumento no número de mortes maternas na Venezuela, de 66% entre 2015 e 2016. Os dados são os mais recentes disponíveis, evidenciando também um “apagão estatístico” cada vez mais acentuado no país.
O país tem altas taxas de gravidez na adolescência e baixa incidência de testes de HIV para mulheres grávidas. Também há pouquíssima possibilidade de tratamento para gestantes soropositivas.
Migrantes
A crise do coronavírus ameaça até os venezuelanos que deixaram o país em busca de oportunidades melhores.
No Brasil, por exemplo, já são 230 mil casos confirmados da doença, um dos maiores índices do mundo. O serviço de saúde brasileiro não consegue atender todas as necessidades sobretudo na região norte do país.
Em capitais como Manaus, o sistema de hospitais e cemitérios entrou em colapso após a chegada do novo coronavírus.
Os migrantes da Venezuela enfrentam uma vulnerabilidade adicional, já que muitos vivem na pobreza e com acesso limitado a água potável e instalações sanitárias.