Sobrecarga na saúde ameaça 116 milhões de recém-nascidos na pandemia

Unicef estima que cerca de 116 milhões de bebês nasceram desde os primeiros registros do novo coronavírus

Cerca de 116 milhões de bebês nasceram desde o início da pandemia do novo coronavírus, em um momento de sobrecarga na saúde e impacto no auxílio a grávidas e recém-nascidos. A estimativa foi divulgada nesta quinta (7) pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).

Outros riscos causados pela crise mundial na saúde são a escassez de suprimentos e equipamentos médicos. Também há falta de profissionais capacitados para os partos, incluindo parteiras.

“[Milhares de mães] têm medo de ir aos centros de saúde e serem infectadas ou não terem cuidados de emergência, devido aos serviços de saúde sobrecarregados e às medidas de isolamento“, afirmou a diretora-executiva do Unicef, Henrietta Fore.

O alerta do fundo e o pedido para que os governos garantam serviços de saúde a essas mulheres e crianças acontece no mês de maio, quando se comemora o dia das mães em 128 países.

“Este dia das mães é particularmente comovente, pois muitas famílias foram separadas durante a pandemia do novo coronavírus. É difícil imaginar o quanto a pandemia reformulou a maternidade”, afirma Fore.

Sobrecarga na saúde ameaça 116 milhões de recém-nascidos na pandemia
Mãe e filho recebem atendimento em uma clínica do campo de Mutua, em Moçambique (Foto: Eskinder Debebe/UN Photo)

Taxas de mortalidade

Desde quando a pandemia foi declarada pela OMS, há nove meses, espera-se que os países com o maior número de recém-nascidos sejam Índia, com 20,1 milhões, seguido pela China, com 13,5 milhões, e Nigéria, com 6,4 milhões.

O Paquistão, onde se esperam 5 milhões de recém-nascidos, e a Indonésia, com 4 milhões, também entraram na lista do Unicef. Mesmo antes da pandemia, a maioria desses países apresentava altas taxas de mortalidade neonatal.

Até os países mais ricos estão sendo seriamente impactados neste quesito. Entre 11 de março e 16 de dezembro deste ano, os Estados Unidos devem registrar 3,3 milhões de nascimentos, o que coloca o país no sexto lugar do ranking dos maiores números de partos.

Preocupadas com os riscos de infecção, muitas mães em Nova York estão procurando lugares alternativos para o parto.

Cuidados

Mesmo sem comprovação de que o coronavírus passe da mãe para o feto, o Unicef recomenda que as mulheres grávidas se protejam durante a pandemia. A ideia é monitorar de perto os sintomas que caracterizam a doença.

O fundo aconselha que elas adotem o isolamento social e usem serviços médicos online para buscar atendimento. Ainda é importante que as mães consultem seus médicos para saber o lugar mais seguro para dar à luz.

O organismo da ONU afirma que as mulheres lactantes devem continuar amamentando seus filhos mesmo contaminadas com o coronavírus. Isso porque não há indícios de que o vírus infecte o leite materno.

As mães devem usar máscara ao amamentar os filhos, além de lavar as mãos antes de tocar a criança. Também é importante desinfetar as superfícies com as quais o bebê tem contato.

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