A pandemia golpeou a indústria de champagne mais do que as duas guerras mundiais, relataram produtores de grande porte da região homônima francesa à agência de notícias Associated Press.
Em um ano em que há muito pouco a se celebrar, cerca de 100 milhões de garrafas jazem paradas nas adegas das vinícolas de Champagne, nordeste da França.
Já o faturamento caiu para um terço das cifras habituais, de acordo com um levantamento de produtores franceses da bebida.
Estimativas dos produtores indicam que as perdas chegarão a US$ 2 bilhões até o final de 2020. “Uma martelada sem paralelo na memória recente, e pior que a grande depressão”, definiu o repórter Thomas Adamson.
Entre as medidas para conter os prejuízos estão a destruição de parte do estoque. “Uma catástrofe”, de acordo com um dos produtores que conversou com a agência norte-americana.
A indústria de champagne já percebeu que terá de passar por um rebranding – em bom português, mudar a percepção do público acerca da bebida, já que a associação às grandes comemorações não será lucrativa até que surja uma vacina.
A estratégia será ressaltar a “grandeza” da bebida, muitas vezes feita com insumos orgânicos. Seria o retorno do champagne como uma bebida agradável e vinda de uma região histórica da França.
Para um dos líderes setoriais entrevistados, isso significa encontrar novas formas de manter a imagem e o status da bebida. Mesmo sem grandes festas e “mesmo que os bares fiquem fechados por cinco anos”, afirmou.