PIB do Brasil deve cair 5% em 2020, diz Banco Mundial

Crise gerada pela pandemia do novo coronavírus e preço do barril de petróleo são vetores de recessão.

O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil deve registrar queda de 5% em 2020, segundo o relatório “A Economia no tempo do Covid-19“, do Banco Mundial, divulgado nesta domingo (12). A queda deve ser de 4,6% na América Latina e no Caribe, dado que não inclui a Venezuela.

A região já havia sentido o baque do colapso dos preços do petróleo, que saiu de cerca de US$ 65 em janeiro para menos da metade do preço, US$ 31,82, no fechamento do mercado da última sexta (10). Na sequência, veio a pandemia do novo coronavírus e a brusca diminuição da atividade econômica.

A retração econômica de países como a China e dos membros do G7, composto por Alemanha, EUA, Reino Unido, França, Itália, Canadá e Japão, também terá impacto nos resultados da América Latina, sobretudo pela baixa na demanda de commodities, e do Caribe, puxado pela queda nos serviços de turismo.

PIB do Brasil deve cair 5% em 2020, diz Banco Mundial
Favela de Manguinhos, no Rio de Janeiro (Foto: Wikimedia Commons)

De acordo com o relatório, além da menor demanda, os países da região também estão sendo “trancados para fora dos mercados financeiros globais, sofrendo fuga de capitais e experimentando queda nas remessas”.

“Substancial mobilização de recursos, e de liquidez de curto prazo, serão essenciais para manter serviços básicos funcionando, amortecer a atividade econômica e proteger investimentos em capital humano. Mas recursos financeiros sozinhos não serão suficientes. Clareza sobre quais respostas de política pública devem ser adotadas será igualmente importante”, diz a pesquisa.

O problema é que os países latino-americanos e do Caribe, aponta o relatório, tem menor espaço fiscal para implementar medidas de socorro na comparação com nações desenvolvidas. Uma parcela considerável da população vive na informalidade, o que também dificulta a criação de programas de renda mínima durante a fase aguda da crise.

O resultado é o pior desde 1983, quando o PIB da região diminuiu 2,52%, segundo dados do Banco Mundial. Naquela época, a recessão foi efeito direto da deflagração da crise da dívida externa, que começou em 1982, após problemas de Argentina e México quanto ao pagamento de seus débitos com o exterior.

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