A Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA) fez um alerta neste sábado (30) sobre o futuro da educação em Gaza. Segundo a entidade, mais de 660 mil crianças estão sem acesso às aulas pelo terceiro ano consecutivo, em meio à guerra de Israel contra o enclave, que já se aproxima de completar dois anos. As informações são do Middle East Monitor.
Em comunicado, a UNRWA classificou o conflito como “uma guerra contra as crianças” e afirmou que a juventude palestina corre o risco de se tornar uma “geração perdida”.
Enquanto as escolas da Cisjordânia ocupada têm previsão de reabertura em 1º de setembro, em Gaza as salas de aula permanecem fechadas. O Ministério da Educação Palestino informou que cerca de 700 mil estudantes tiveram o calendário escolar interrompido devido aos bombardeios, e mais de 70 mil ficaram impedidos de realizar os exames de ensino médio por dois anos seguidos.

O impacto da guerra também atinge professores e funcionários acadêmicos. De acordo com o ministério, desde outubro de 2023 os ataques israelenses já mataram ao menos 17 mil estudantes e mais de 1,2 mil universitários em Gaza, além de ferirem dezenas de milhares. Quase mil profissionais da educação também foram mortos, e milhares ficaram feridos ou detidos em diferentes pontos dos territórios palestinos.
Na Cisjordânia ocupada, dezenas de alunos foram mortos, feridos ou detidos pelas forças israelenses no mesmo período.
A ofensiva israelense já deixou mais de 63,4 mil palestinos mortos em Gaza desde outubro de 2023 e levou o enclave a enfrentar uma crise humanitária marcada pela fome.
No plano internacional, Israel é alvo de duas ações judiciais. Em novembro de 2024, o Tribunal Penal Internacional expediu mandados de prisão contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant, acusados de crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Paralelamente, o país responde a um processo no Tribunal Internacional de Justiça, que o investiga por genocídio em sua campanha militar no enclave