A Suécia iniciou na segunda-feira (18) a distribuição de aproximadamente cinco milhões de panfletos aos seus habitantes, incentivando-os a se prepararem para eventuais situações de guerra. Simultaneamente, a Finlândia lançou um novo portal de preparação para emergências, iniciativas que ocorrem após os países abandonarem décadas de neutralidade militar para ingressar na Otan (Organização do tratado do Atlântico Norte), em resposta à invasão russa da Ucrânia em 2022. As informações são do jornal Kyiv Post.
Desde o início do conflito, Estocolmo tem reiterado a necessidade de os suecos se prepararem, tanto mental quanto logisticamente, para a possibilidade de guerra, citando a grave situação de segurança na região. O folheto, intitulado “Se a crise ou a guerra vier”, enviado pela Agência Sueca de Contingências Civis (MSB), oferece orientações sobre como se preparar para emergências, como conflitos armados, desastres naturais ou ataques cibernéticos.
Esta é uma versão atualizada de um panfleto que a Suécia já emitiu cinco vezes desde a Segunda Guerra Mundial. A edição anterior, enviada em 2018, ganhou destaque por ser a primeira desde 1961, durante o auge da Guerra Fria.
“A situação de segurança é séria e todos precisamos fortalecer nossa resiliência para enfrentar diversas crises e, em última instância, a guerra”, afirmou Mikael Frisell, diretor da MSB.
O documento de 32 páginas apresenta, com ilustrações simples, as ameaças que o país enfrenta, incluindo conflitos militares, desastres naturais e ataques cibernéticos e terroristas. Além disso, fornece dicas de preparação, como manter estoques de alimentos não perecíveis e armazenar água. A MSB destacou que a versão de 2024 tem um foco mais intenso na preparação para a guerra.
Nas próximas duas semanas, 5,2 milhões de cópias serão enviadas às residências suecas. O folheto está disponível em formato impresso em sueco e inglês, e versões digitais estão disponíveis em várias outras línguas, incluindo árabe, farsi, ucraniano, polonês, somali e finlandês.
Em janeiro, o ex-chefe do exército sueco, Micael Bydén, alertou seus compatriotas ao sugerir que considerassem sua própria preparação. “Os suecos precisam se preparar mentalmente para a guerra”, declarou Bydén, enfatizando a importância da conscientização e prontidão da população diante de possíveis conflitos.
Essas medidas refletem a crescente preocupação dos países nórdicos com a segurança regional e a necessidade de uma população preparada para enfrentar emergências e ameaças potenciais.