No início deste ano, o governo da Suécia alertou seus cidadãos de que eles deveriam estar preparados para uma eventual guerra, conforme crescem as desavenças entre a Rússia e os países-membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Nesta semana, Estocolmo anunciou uma ação prática nesse sentido, com um investimento milionário em abrigos antiaéreos e outras medidas de precaução cruciais caso a projeção pessimista se confirme. As informações são do site The Defense Post.
Carl-Oskar Bohlin, ministro sueco da Defesa Civil, diz que o país pretende desembolsar 385 milhões de coroas suecas (R$ 182 milhões) para melhorar seus serviços de emergência e defesa civil e para modernizar abrigos antiaéreos existentes.
O projeto prevê ainda uma melhora dos sistemas de combate a ameaças cibernéticas e de abastecimento de água potável e um aumento dos estoques de medicamentos. O transporte público do país também será incluído no pacote.
Foi o próprio Bohlin, em janeiro, que alertou para a possibilidade de um conflito entre Moscou e a Otan que incluiria a Suécia, agora membro da aliança. Naquela oportunidade, ele afirmou que a paz, “uma constante por quase 210 anos, não é garantida” atualmente.
Ao anunciar as medidas nesta quinta-feira (11), ele fez discurso semelhante, uma clara referência à invasão da Ucrânia pela Rússia, que começou ainda em 2014 com a anexação da Cimeira. “A segurança vem se deteriorando há muito tempo”, declarou a autoridade sueca.
As medidas de precaução estão diretamente atreladas à adesão sueca à aliança militar transatlântica, que ampliou significativamente a influência regional da Otan, proporcionando controle quase absoluto sobre o Mar Báltico. Assim, o poder militar aéreo proveniente de Estocolmo representa um desafio considerável para as forças marítimas russas e aumenta o risco de um ataque à nação escandinava.