Egito recusa deslocamento de palestinos, mas reafirma compromisso com Gaza

Presidente egípcio está preocupado que um eventual ataque israelense em Rafah possa resultar no deslocamento de milhares de palestinos para a Península do Sinai.

O presidente egípcio, Abdel-Fattah al-Sisi, reafirmou na quarta-feira (24) a posição de seu país contra o deslocamento forçado de palestinos, enquanto busca um cessar-fogo na Faixa de Gaza. As informações são do jornal turco Yeni Safak.

Al-Sisi, em seu discurso no Dia da Libertação do Sinai, enfatizou que o Egito se opõe veementemente a “qualquer movimento que resulte no deslocamento de palestinos de suas terras para o Sinai ou qualquer outra área”. Ele destacou o compromisso do seu país em “preservar a causa palestina” e proteger sua própria segurança nacional.

Essa declaração ocorre em meio a relatos sobre um possível ataque terrestre israelense planejado em Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza, onde muitos palestinos buscaram refúgio durante os recentes conflitos na região. O Egito está ativamente envolvido em esforços diplomáticos para alcançar um cessar-fogo e aliviar a crise humanitária em curso no enclave.

Presidente egípcio, Abdel-Fattah al-Sisi (Foto: DFID – UK Department for International Development/Flickr)

O Cairo expressou preocupação de que qualquer ação militar israelense em Rafah possa resultar no deslocamento de milhares de palestinos em direção à Península do Sinai, próxima à fronteira com Gaza.

Sisi destacou os esforços de sua administração para alcançar um cessar-fogo em Gaza, facilitar o acesso à ajuda humanitária e promover a criação de um Estado palestino independente.

“O Egito está comprometido em garantir a paz, a segurança, a estabilidade e o desenvolvimento na região em benefício de seus povos”, ressaltou ele.

Números

Israel tem conduzido uma ofensiva militar na Faixa de Gaza desde o ataque transfronteiriço do grupo palestino Hamas em 7 de outubro do ano passado, que, segundo Tel Aviv, resultou na morte de quase 1,2 mil pessoas. Desde então, mais de 34,3 mil palestinos foram mortos, a maioria mulheres e crianças, e outros 77,3 mil ficaram feridos, de acordo com autoridades de saúde locais.

Após mais de seis meses de guerra israelense, vastas áreas de Gaza estão em ruínas, forçando 85% da população do enclave ao deslocamento interno em meio a um bloqueio paralisante de alimentos, água potável e medicamentos, conforme relata a ONU (Organização das Nações Unidas).

Israel é acusado de genocídio na Corte Internacional de Justiça (CIJ). Uma decisão provisória em janeiro ordenou que Tel Aviv cessasse os atos genocidas e tomasse medidas para garantir que assistência humanitária fosse prestada aos civis em Gaza.

Tags: