Universidades estrangeiras poderão abrir campi na Índia

Escolas estrangeiras já são comuns na China; Índia tem metas ambiciosas para melhorar educação até 2035

A Índia aprovou neta quarta (29) a permissão para que universidades estrangeiras abram campi no país. A medida tem como objetivo aumentar o acesso à educação e fortalecer a economia do país, após impacto da pandemia, informou a Reuters.

Oficiais da base do governo estão promovendo a mudança, já que mais de 750 mil indianos estudam no exterior e gastam bilhões de dólares fora do país. A oposição criticou a medida.

Em comunicado, o governo anunciou que permitirá a entrada das “melhores universidades do mundo” e que a medida é parte de uma política de aumento dos gastos públicos em educação. Hoje 4% do PIB (Produto Interno Bruto) são destinados à pasta – a meta é chegar a 6%.

Universidades estrangeiras, como Harvard, poderão instalar campi na Índia (Foto: Joseph Williams/WikiCommons)

Reforma na educação

O partido Bharatiya Janata, do primeiro-ministro Narendra Modi, já se opôs a tentativas anteriores de abertura do setor a instituições estrangeiras. A medida é agora é aprovada pela base parlamentar.

A educação está entre as prioridades de reforma do governo, que tenta expandir o acesso ao ensino superior para metade dos jovens indianos até 2035.

Também seriam criadas 35 milhões de vagas, para universalizar a alfabetização de adultos em menos de 15 anos, disse o secretário de ensino superior, Amit Khare.

A obrigatoriedade da educação escolar para crianças a partir de três anos é uma expectativa entre as reformas do governo indiano (Foto: Creative Commons)

Outras mudanças seriam a obrigatoriedade de educação a partir dos três anos, incentivo do estudo do sânscrito e outras línguas indianas e uso da tecnologia.

De acordo com estimativas do governo, em 2019 quase metade dos 248 milhões de estudantes indianos estavam matriculados em escolas particulares. Seria uma consequência da escassez de professores, falta de regulamentação e baixo financiamento nas escolas estatais.

Críticos ao programa questionaram se as universidades mais bem-sucedidas do mundo terão interesse em aderir ao novo programa. Segundo eles, a estrutura regulatória e a limitação de taxas cobradas pelas instituições podem ser grandes impeditivos.

Países árabes e China estão entre as nações que permitem a instalação de universidades estrangeiras em seu território. A Universidade de Nova York e a Duke, ambas instituições tradicionais nos EUA, são exemplos de escolas que já tem presença em território chinês.

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