O primeiro-ministro da Albânia, Edi Rama, anunciou no último sábado (23) a proibição do TikTok no país por um período de um ano. A decisão veio na esteira de um trágico episódio ocorrido em novembro, quando um estudante de 14 anos foi esfaqueado até a morte por um colega após uma série de discussões iniciadas nas redes sociais. O caso intensificou o debate sobre os efeitos nocivos das plataformas digitais na sociedade. As informações são do Politico.
“Por um ano, vamos fechá-lo completamente para todos. Não haverá TikTok na Albânia”, declarou Rama, que também apontou as redes sociais, em especial o TikTok, como agentes que alimentam comportamentos violentos entre os jovens.
De acordo com veículos de imprensa locais, o ataque fatal foi o desfecho de conflitos que começaram no ambiente virtual. O caso ganhou ainda mais repercussão quando vídeos começaram a circular no TikTok, exibindo jovens demonstrando apoio ao ato violento.

Em seu discurso, Rama enfatizou o papel da sociedade na formação das novas gerações. “O problema hoje não são nossos filhos, o problema hoje somos nós, o problema hoje é nossa sociedade, o problema hoje é o TikTok e todos os outros que estão fazendo nossos filhos reféns”, afirmou o primeiro-ministro, destacando a gravidade da influência das plataformas digitais.
Reação do TikTok
A ByteDance, empresa chinesa proprietária do TikTok, respondeu à decisão pedindo “clareza urgente do governo albanês” sobre o caso. Em comunicado divulgado pela Associated Press, a empresa afirmou que não encontrou evidências de que a vítima ou o agressor estivessem vinculados à plataforma. Segundo a empresa, “vários relatórios confirmaram de fato que os vídeos que levaram a esse incidente estavam sendo postados em outra plataforma, não no TikTok”.
Medidas de proteção e debate na Europa
A proibição deve começar a valer no início de 2025. Enquanto isso, as autoridades albanesas têm adotado medidas adicionais para conter a violência nas escolas, incluindo o aumento da presença policial e a implementação de programas de cooperação com os pais.
A Albânia não é o único país a enfrentar os desafios das redes sociais no contexto da juventude. Em várias nações da União Europeia (UE), como França, Alemanha e Bélgica, restrições já foram impostas ao uso de plataformas digitais por crianças e adolescentes. A futura presidência polonesa do Conselho da UE também priorizou a saúde mental das novas gerações no contexto das mídias sociais, sublinhando a urgência de regulamentações mais rigorosas.