A Alemanha passou a observar com atenção a forma como seus cidadãos são tratados ao viajarem para os EUA, decisão que surgiu após a detenção de três alemães em incidentes separados, com dois deportados e um ainda em detenção. “Estamos tentando avaliar se isso representa uma mudança na política de imigração americana ou se são casos isolados”, afirmou Sebastian Fischer, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores alemão, conforme relato da rede Deutsche Welle (DW).
Um dos casos que chamou atenção envolve Fabian Schmidt, um engenheiro elétrico que reside nos EUA desde 2007 e detentor de um Green Card. Schmidt foi detido na semana passada no Aeroporto Logan, em Boston, após retornar de Luxemburgo, e agora se encontra na Instalação de Detenção Donald W. Wyatt, em Rhode Island. A causa da detenção ainda é incerta, uma vez que o documento oferece ao portador o direito de viver e trabalhar permanentemente nos EUA, embora possa ser revogado.

Além de Schmidt, outros turistas alemães enfrentaram problemas semelhantes. Lucas Sielaff, de 25 anos, e Jessica Brösche, de 29 anos, ambos turistas, foram detidos ao tentar entrar nos EUA pelo México e eventualmente foram deportados de volta para a Alemanha.
Sielaff, junto com sua noiva americana, e Brösche, uma tatuadora de Berlim, foram mantidos no Centro de Detenção de Otay Mesa em San Diego, Califórnia, antes de serem enviados de volta.
O caso de Schmidt é particularmente delicado, sendo tratado pelo consulado geral alemão em Boston, que está em contato com ele, seus familiares e as autoridades locais, informou o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha à agência de imprensa DPA.
Essas detenções ocorrem em um contexto de políticas imigratórias mais rigorosas implementadas pelo presidente Donald Trump, que recentemente invocou a Lei dos Inimigos Estrangeiros pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, concedendo-se amplos poderes para deportar pessoas associadas a gangues venezuelanas, segundo ordens executivas.
Na quarta-feira (19), o Ministério das Relações Exteriores alemão reagiu efetivamente aos incidentes e atualizou suas orientações aos cidadãos que viajam para os EUA, destacando que um visto não garante a entrada no país. “A decisão final sobre se uma pessoa pode entrar nos EUA cabe às autoridades de fronteira dos EUA”, disse um porta-voz da pasta citado pela agência Reuters.