Um bombardeio realizado pelas tropas da Ucrânia contra posições russas na região ocupada de Donetsk matou seis militares norte-coreanos na última quinta-feira (3). A informação foi divulgada pela agência ucraniana de notícias Interfax, citando como fontes autoridades de inteligência ucranianas.
Segundo os informantes, a Coreia do Norte enviou representantes de suas Forças Armadas para uma “troca de experiências” com os militares da Rússia no contexto da guerra. Canais russos no Telegram alegam que o grupo foi atingido por um ataque que vitimou no total 20 pessoas, a maioria combatentes a serviço de Moscou.
A inteligência ucraniana, que não confirmou oficialmente as mortes dos norte-coreanos, chegou a informar anterior que Pyongyang de fato havia enviado representantes para um intercâmbio com os russos em meio ao conflito.
Em julho, Pyongyang havia anunciado que enviou uma delegação de “educadores militares” em direção à Rússia, aquecendo as especulações de que forneceria soldados para reforçar o aliado na guerra. Na oportunidade, a agência de notícias estatal KCNA não deixou claro sobre o objetivo dos militares em território russo, se iriam para ensinar ou aprender.
Pouco antes, Moscou e Pyongyang haviam anunciado um acordo de defesa mútua firmado entre os presidentes Vladimir Putin e Kim Jong-un durante a visita do russo à capital da Coreia do Norte, em junho.
A situação levou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky a acusar os norte-coreanos de cumplicidade com a Rússia na guerra. Ele se manifestou no final de setembro em discurso perante o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).
“A Rússia não tem nenhuma razão legítima, nenhuma, para tornar o Irã e a Coreia do Norte cúmplices de fato em sua guerra criminosa na Europa, com suas armas, nos matando, matando ucranianos e ajudando Putin a roubar nossas terras de nosso povo”, disse o chefe de Estado na ocasião, segundo a revista Newsweek.