A Rússia não divulga informações sobre as baixas registradas por suas tropas na guerra da Ucrânia. Entretanto, levantamentos feitos por governos estrangeiros e entidades independentes indicam que as perdas são dramáticas. Combates especialmente sangrentos teriam sido registrados na cidade de Avdiivka, conquistada por Moscou recentemente.

Embora o governo russo enxergue o desempenho de seus comandados em Avdiivka como uma grande vitória, que quebrou a estagnação da guerra e assegurou o controle de uma posição estratégica na região de Donetsk, ela não veio sem enorme perda humana.

De acordo com o Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês), “provavelmente morreram mais soldados russos para tomar Avdiivka do que em toda a guerra soviético-afegã.” Aquele conflito, travado entre 1979 e 19089, terminou com cerca de 25 mil soldados da União Soviética mortos.

O ISW não tem um balanço próprio das baixas registradas na tomada de Avdiivka. Kiev, porém, calcula que Moscou registrou 47 mil baixas, considerando-se aí mortos e feridos, segundo o site Business Insider.

O que ajuda a explicar a carnificina na longa campanha russa em Avdiivka é a estratégia de usar ondas de soldados para atacar as posições inimigas, algo que remete às duas guerras mundiais.

Do lado ucraniano, ao contrário, o silêncio estatal foi quebrado no domingo pelo presidente Volodymyr Zelensky. A fim de desmentir os balanços russos, ele afirmou que 31 mil soldados ucranianos foram mortos na guerra até agora, segundo a agência Associated Press (AP).

“Trinta e um mil militares ucranianos foram mortos nesta guerra. Não 300 mil, nem 150 mil, nem o que quer que Putin e o seu círculo enganoso tenham mentido. Mas, no entanto, cada uma destas perdas é um grande sacrifício para nós”, disse o líder ucraniano.

Zelensky acrescentou que “dezenas de milhares de civis” foram mortos também. Na última sexta-feira (23), a Missão de Monitoramento dos Direitos Humanos da ONU na Ucrânia atualizou seu levantamento, informando que registrou 10.582 civis mortos e 19.875 feridos. Entre as vítimas fatais confirmadas estão 528 crianças.