Britânico é sancionado por seu próprio governo, acusado de propaganda pró-Kremlin

O blogueiro Graham Phillips já recebeu medalha do governo russo e chegou a entrevistar um compatriota condenado à morte

O governo do Reino Unido anunciou na terça-feira (26) uma nova leva de 42 indivíduos e entidades sancionados em função da guerra na Ucrânia. Entre eles está um cidadão britânico, o blogueiro Graham Phillips, acusado de ser um veiculador de propaganda pró-Rússia . As informações são do jornal Guardian.

Phillips, que chegou a receber uma medalha do Kremlin por sua atuação online, é o primeiro cidadão britânico listado pelo próprio governo. Ele entrou na relação junto de figuras russas ilustres, como o ministro e o vice-ministro da Justiça de Moscou e dois sobrinhos do bilionário Alisher Usmanov, este sancionado em março.

O blogueiro britânico Graham Phillips (Foto: reprodução/YouTube)

Dono de um canal com mais de 300 mil inscritos no YouTube, o britânico é descrito na lista de sanções como “um blogueiro de vídeo que produziu e publicou conteúdo de mídia que apoia e promove ações e políticas que desestabilizam a Ucrânia e prejudicam ou ameaçam a integridade territorial, soberania ou independência de Ucrânia”.

Entre seus conteúdos mais polêmicos, Phillips afirmou recentemente que o massacre de Bucha por tropas russas foi encenado e disse que a Ucrânia é de fato governada por nazistas. No Reino Unido, porém, o que causou maior comoção foi uma entrevista feita com Aiden Aslin, combatente britânico detido por tropas separatistas de Donetsk e condenado à morte.

O episódio foi bastante criticado pelo então premiê Boris Johnson, que classificou o vídeo como uma “mensagem de propaganda” russa. Já Robert Jenrick, membro do Parlamento que teve o apoio de Aslin quando eleito, disse que o vídeo viola as convenções de Genebra sobre o tratamento de prisioneiros de guerra e que “o entrevistador Graham Phillips corre o risco de ser processado por crimes de guerra”.

Phillips diz que o trabalho que realiza é autofinanciado e habitualmente pede que seus seguidores contribuam com dinheiro. Ele também recebe pelos anúncios do YouTube, o que levou a pedidos de autoridades ocidentais para que o canal fosse desativado. A rede social se recusou a atender.

Tags: