Autoridade da UE sinaliza possível reconhecimento do Estado palestino por cinco países

Espanha, Irlanda, Bélgica, Eslovênia e Malta discutem o fim do conflito em Gaza e admitem avançar rumo à decisão histórica

Na segunda-feira (29), durante uma reunião especial do Fórum Econômico Mundial em Riad, na Arábia Saudita o chefe de política externa da União Europeia (UE), Josep Borrell, afirmou que é esperado que vários Estados-membros europeus reconheçam o Estado palestino até o final de maio. Entre esses países estão Espanha, Irlanda, Bélgica, Eslovênia e Malta. As informações são do jornal Times of Israel.

O encontro entre autoridades europeias e árabes ocorreu durante uma reunião especial de dois dias do Fórum. Na ocasião, as partes discutiram uma parceria compartilhada na promoção de uma solução de dois Estados para o conflito entre Tel Aviv e o Hamas.

O ministro das Relações Exteriores norueguês, Espen Barth Eide, um dos organizadores da reunião, afirmou em coletiva de imprensa após o encontro que, para avançar com a solução de dois Estados, “não podemos depender apenas dos esforços das partes envolvidas”. Ele manifestou sua crença de que Israel não está atualmente pronto para negociar e que os EUA não estão dispostos a liderar o processo. Consequentemente, ele sugeriu que uma liderança conjunta árabe-europeia seria a melhor abordagem para avançar na questão.

O alto representante da União Europeia, Josep Borrell, em pronunciamento ao Parlamento Europeu em outubro de 2019 (Foto: European Union)

Em meio a uma onda de ações de países europeus em busca de reconhecimento do Estado palestino, os comentários de Borrell destacam-se. Em abril, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou que seu país reconheceria formalmente o Estado palestino até julho. Sánchez se disse confiante de que em breve haverá uma “massa crítica” dentro da UE para pressionar outros Estados-membros a seguirem o mesmo caminho, conforme relatado pela agência estatal de notícias EFE.

Durante uma reunião do Conselho Europeu em março, Sánchez anunciou que Malta, Eslovênia e Irlanda concordaram em avançar no reconhecimento do Estado palestino. Ele esperava que isso acontecesse até 2023. Israel acusou os países de premiar o terrorismo, prejudicando as chances de uma resolução negociada para o conflito no enclave.

Em fevereiro, o Knesset, o parlamento unicameral de Israel, localizado em Jerusalém, votou a favor da declaração do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que se opôs a qualquer reconhecimento “unilateral” de um Estado palestino, enquanto os apelos internacionais para reviver os esforços em direção a uma solução de dois Estados para o conflito aumentavam.

A declaração, emitida durante a guerra em curso em Gaza, desencadeada pelo ataque do Hamas em 7 de outubro, reafirma a posição de Israel de que qualquer acordo permanente com os palestinos deve ser alcançado por meio de negociações diretas entre as partes, e não por imposições internacionais.

Os Estados árabes e a UE concordaram, durante uma reunião realizada na Espanha em novembro, que uma solução de dois Estados é a resposta ao conflito israelo-palestino.

Desde 1988, 139 dos 193 estados membros da ONU (Organização das Nações Unidas) reconheceram a condição de Estado palestino. Atualmente, apenas 8 Estados-membros da União Europeia reconhecem o Estado palestino: Bulgária, Chipre, Eslováquia, Hungria, Polônia, República Tcheca, Romênia e Suécia

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