Chefe de inteligência britânico denuncia sabotagem russa: ‘Incrivelmente imprudente’

Richard Moore relata campanha contra os parceiros da Ucrânia que significativamente eleva o potencial de agravamento do conflito

O chefe do serviço de inteligência do MI6 britânico, Richard Moore, alertou que a Rússia está conduzindo uma campanha de sabotagem “extremamente imprudente” contra os aliados ocidentais da Ucrânia. Moore destacou que o Reino Unido, em colaboração com a França, está mobilizando esforços para mitigar os efeitos dessa estratégia, que representa uma ameaça à segurança europeia e americana. As informações são da Reuters.

Falando em um evento que celebrava a aliança histórica entre França e Reino Unido, conhecida como Entente Cordiale, Moore afirmou que a vitória russa na Ucrânia seria um precedente perigoso, incentivando posturas agressivas de regimes aliados a Moscou, como Irã, Coreia do Norte e China. Ele também ressaltou a importância da continuidade do apoio militar e estratégico à Ucrânia para conter a agressividade do Kremlin.

O chefe da MI6, Richard Moore, em reunião do Reino Unido com a Asean, Londres, fevereiro de 2020 (Foto: Reprodução/Twitter/Richard Moore)

Moore revelou evidências de uma campanha russa de sabotagem em território europeu, incluindo ações de desinformação e ataques incendiários. Casos recentes envolveram incêndios em complexidades empresariais ligadas à Ucrânia em Londres e na Alemanha, além do uso de dispositivos incendiários em pacotes transportados por aviões de carga. Ele classificou essas ações como “perigosas e irresponsáveis”, destacando o papel fundamental da inteligência para prevenir danos maiores.

O discurso de Moore também trouxe à tona as crescentes ameaças nucleares de Vladimir Putin, que intensificaram ataques contra a infraestrutura ucraniana em resposta ao uso de mísseis americanos pela Ucrânia em solo russo. Putin ameaçou retaliar com novos mísseis balísticos, direcionados aos “centros de decisão” em Kiev.

O líder da inteligência francesa, Nicolas Lerner, reforçou a parceria estratégica com o Reino Unido no enfrentamento das ações russas, mencionando a experiência britânica em casos como o envenenamento de Sergei Skripal, ex-espião russo, com o agente químico Novichok em 2018. Lerner destacou que a segurança europeia está diretamente ligada à estabilidade na Ucrânia, e o apoio militar ocidental, como o envio de mísseis a Kiev, é essencial para conter a agressão russa.

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