Um tribunal de Moscou sentenciou nesta semana o cidadão norte-americano Gene Spector a 15 anos de prisão por espionagem. Nascido na Rússia antes de se mudar para os Estados Unidos e se naturalizar, ele também foi multado em 14 milhões de rublos (R$ 6,9 milhões). As informações são da rede CNN.
Spector já havia sido condenado anteriormente a quatro anos de prisão na Rússia por intermediar um esquema de suborno envolvendo Anastasia Alekseyeva, ex-assessora de um vice-primeiro-ministro russo. Agora, essa pena foi incorporada à nova sentença, resultando no total de 15 anos em uma colônia penal de segurança máxima.
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Antes de sua prisão, Gene Spector presidia o conselho do grupo Medpolymerprom, que atua na produção de medicamentos contra o câncer. No entanto, sua trajetória foi interrompida em 2020, quando ele admitiu ter facilitado pagamentos ilícitos. A situação se agravou em agosto de 2023, quando o governo russo o acusou de espionagem.
Em resposta às novas acusações, um representante da embaixada dos Estados Unidos em Moscou afirmou na época ter poucas informações sobre o caso mais recente. Desde então, o caso tem sido visto como parte de uma série de ações judiciais envolvendo cidadãos americanos na Rússia.
Outros casos de cidadãos americanos presos
Gene Spector não é o único americano a enfrentar sentenças severas no país neste ano. Em outubro, Stephen Hubbard, de 72 anos, foi condenado a quase sete anos de prisão sob a acusação de lutar como mercenário pela Ucrânia. Já em julho, Robert Woodland, também de origem russa, recebeu uma sentença de 12 anos e meio por crimes relacionados a drogas.
Outro caso de grande repercussão foi o do jornalista Evan Gershkovich, do Wall Street Journal. Preso em março de 2023 sob acusações de espionagem, ele foi condenado a 16 anos e libertado em agosto em uma troca de prisioneiros, destacando a crescente tensão entre Moscou e o Ocidente.
Enquanto isso, a prisão de Spector, assim como a de outros americanos, levanta questões sobre o uso de acusações penais como ferramenta de pressão política e diplomática. Washington diz que Moscou detém os cidadãos norte-americanos com o objetivo justamente de usá-los como moedas de troca por figuras de interesse detidas nos EUA.