O Reino Unido anunciou mais sanções à Rússia após a invasão da Ucrânia. O novo pacote afeta veículos estatais acusados de desinformação e impede Moscou de acessar serviços de consultores de gestão, contadores e empresas de relações públicas britânicas, medidas estabelecidas na quarta-feira (4) pela secretária de Relações Exteriores, Liz Truss. As informações são da Bloomberg.
Com as novas determinações em vigor, os negócios russos não poderão mais contar com o know-how das empresas britânicas, que atualmente respondem por cerca de 10% das importações russas nesses setores, disse o Ministério das Relações Exteriores e da Commonwealth (organização intergovernamental composta por 53 países-membros independentes).
“Fazer negócios com o regime de Putin é moralmente falido e ajuda a financiar uma máquina de guerra que está causando sofrimento incalculável em toda a Ucrânia”, disse Truss.
De acordo com a autoridade, cortar o acesso da Rússia aos serviços britânicos coloca ainda mais o Kremlin contra a parede e, em última análise, “ajudará a garantir que Vladimir Putin falhe na Ucrânia”.
A análise de Truss tem relação ao fato de a Rússia ter grande dependência de empresas de serviços ocidentais para a produção e exportação de bens manufaturados, e as medidas britânicas deverão justamente aumentar a pressão econômica sobre a economia sitiada de Moscou.
Ainda na quarta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que o bloco quer proibir o petróleo russo até o final do ano. O Reino Unido já disse que planeja eliminar gradualmente as importações do combustível fóssil produzido no país em guerra nos próximos seis meses.
Desinformação
Os britânicos também anunciaram novas penalidades que visam ao combate de “disseminação de mentiras”, segundo o comunicado. No total, 63 indivíduos e organizações ligadas a veículos de notícias russas foram sancionados.
As sanções incluem os sites, contas de mídia social e aplicativos da RT (ex-Russia Today), Channel One e Sputnik. A RT já havia sido proibida de transmitir seu canal de TV no Reino Unido.
Segundo o governo britânico, com a nova legislação agora em vigor, as empresas de mídia social, serviços de internet e lojas de aplicativos devem tomar medidas para bloquear o conteúdo dessas que são tidas como as principais fontes de desinformação do Kremlin.
“Por muito tempo, RT e Sputnik produziram absurdos perigosos disfarçados de notícias sérias para justificar a invasão da Ucrânia por Putin. Agora, com o desligamento de seus sites, contas de mídia social e aplicativos, iremos impedir ainda mais a disseminação de suas mentiras”, disse o ministro de Tecnologia e Economia Digital, Chris Philp.