A União Europeia (UE) apresentou nesta semana uma nova estratégia para o Mar Negro, com o objetivo de aumentar a segurança na região e fortalecer sua infraestrutura de defesa e comércio diante da ameaça militar da Rússia. O plano inclui a modernização de portos, ferrovias e aeroportos, além da criação de um centro europeu de segurança marítima, segundo o site Politico.
A chanceler da UE, Kaja Kallas, destacou que a segurança no Mar Negro é essencial para a estabilidade do continente e vem sendo abalada pela guerra da Rússia contra a Ucrânia e por ataques a instalações marítimas. A região, segundo ela, precisa estar preparada para o deslocamento de tropas e equipamentos pesados em caso de emergência.

A estratégia também mira a redução da dependência externa em setores estratégicos. A comissária para ampliação da UE, Marta Kos, destacou que o Mar Negro é uma ligação vital com o sul do Cáucaso e a Ásia Central, além de um corredor importante para o comércio de energia e alimentos. Ela afirmou que o plano responde aos desafios geopolíticos atuais, com a valorização de parcerias confiáveis.
Desde o início da invasão russa, o Mar Negro tornou-se um ponto sensível. O uso de minas e as ações militares dificultaram o trânsito de navios e mercadorias, enquanto países da região temem uma escalada do conflito para além da Ucrânia. Por isso, a UE anunciou investimentos em infraestrutura nos dois Estados-Membros com costa na região: Romênia e Bulgária.
Segundo o comissário de Transportes, Apostolos Tzitzikostas, a adaptação da infraestrutura europeia para uso militar poderá custar cerca de 75 bilhões de euros (R$ 481 bilhões). Parte desses recursos será destinada a garantir que tropas e equipamentos consigam ser transportados com rapidez e segurança.
A UE também anunciou a criação de um centro de segurança marítima específico para o Mar Negro, que servirá como sistema de alerta antecipado e ferramenta de proteção de estruturas críticas. O local e o funcionamento do centro ainda serão definidos. Além disso, o bloco vai aumentar o monitoramento sobre a participação estrangeira em portos e outras instalações estratégicas.
A UE também pretende ampliar os corredores de energia e a infraestrutura digital com os países vizinhos. O plano destaca a importância de cooperação com Ucrânia, Moldávia, Geórgia, Turquia, Armênia e Azerbaijão e também prevê apoio às comunidades costeiras para lidar com os impactos ambientais da guerra e com os riscos climáticos.