Enquanto as noites de inverno avançam na Ucrânia, a escuridão tornou-se parte da rotina em Kiev e outras cidades. Sem iluminação pública, moradores dependem de lanternas e colares luminosos improvisados para atravessar ruas sem luz. A crise energética, causada por ataques russos à infraestrutura elétrica, ameaça paralisar o país. As informações são do jornal The New York Times.
A situação é crítica após dois anos de bombardeios das forças da Rússia que devastaram usinas e subestações. A ONU (Organização das Nações Unidas) alerta que apagões de até 18 horas diárias podem deixar milhões de ucranianos sem acesso a água, aquecimento e energia para atividades essenciais como o estudo online. Em resposta, o governo ucraniano implementa medidas emergenciais para evitar um colapso completo, embora os desafios sejam enormes.

Estratégias criativas contra a crise energética
Uma das iniciativas mais ousadas é o reaproveitamento de equipamentos soviéticos encontrados em antigas usinas de países do Leste Europeu. Um exemplo é o desmonte de uma usina de Vilnius, na Lituânia, para envio de mais de 300 peças à Ucrânia.
“Encontramos usinas que utilizam geradores e turbinas semelhantes às nossas”, afirma Oleksiy Povolotskiy, da empresa DTEK, que lidera o esforço de recuperação.
Outra solução é o aluguel de “powerships”, usinas flutuantes instaladas em navios, que devem fornecer energia à região de Odesa. Apesar do potencial, o alto custo operacional e os riscos de ataques russos são grandes obstáculos.
“Estamos fazendo tudo o que é possível”, diz Viktoriya Hryb, chefe do subcomitê de segurança energética do Parlamento ucraniano.
Mesmo com avanços, autoridades reconhecem que as medidas não serão suficientes para evitar apagões e, em muitos casos, podem não estar prontas antes que o inverno intensifique a demanda por energia.