Uma explosão no lobby de um prédio residencial em Moscou na madrugada desta segunda-feira (5) matou Armen Sarkisyan, líder do batalhão paramilitar Arbat, que combate ao lado da Rússia na guerra na Ucrânia. A informação foi divulgada pela agência estatal Tass com base em autoridades médicas e de segurança.
Sarkisyan chegou a ser hospitalizado em estado crítico, mas não resistiu aos ferimentos, segundo confirmou posteriormente o Comitê de Investigação da Rússia, responsável por apurar crimes graves.
Um dos seguranças do paramilitar também morreu na explosão, que deixou outras cinco pessoas feridas. Imagens divulgadas por autoridades russas mostram danos significativos no local do ataque, identificado como o complexo residencial Scarlet Sails, às margens do rio Moscou.

Citando fontes policiais anônimas, a Tass afirmou que o ataque foi “ordenado e cuidadosamente planejado”, mas não forneceu informações sobre possíveis suspeitos. Investigadores trabalham no local e, caso indícios apontem para envolvimento da Ucrânia, a investigação poderá ser reclassificada como um caso de terrorismo.
Procurado por Kiev
O Batalhão Arbat, fundado por Sarkisyan, é um grupo de combate irregular formado por cerca de 500 integrantes, a maioria de etnia armênia, segundo a imprensa russa. O líder paramilitar nasceu na Armênia, mas viveu a maior parte de sua vida na cidade de Horlivka, no leste da Ucrânia.
Além de comandar o batalhão, Sarkisyan era descrito por veículos russos como chefe da federação de boxe da região de Donetsk, território ucraniano ocupado pela Rússia.
O nome de Sarkisyan já constava na lista de procurados pela Ucrânia desde 2014, quando foi emitido um mandado internacional de prisão contra ele por sua participação na repressão violenta a protestos pró-União Europeia. O serviço de segurança ucraniano, SBU, o classificava como uma figura criminosa ligada ao ex-presidente Viktor Yanukovych, que fugiu para a Rússia naquele mesmo ano.
Em dezembro de 2023, Kiev incluiu Sarkisyan como suspeito em uma investigação sobre o recrutamento de prisioneiros russos para lutar na guerra.
O atentado ocorre em um momento de alta tensão entre Rússia e Ucrânia, com o aumento de ataques de drones e explosões em territórios controlados por Moscou. Até o momento, nenhuma autoridade russa apontou oficialmente os responsáveis pela explosão.