Imagens de satélite divulgadas pelo Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS, da sigla em inglês) mostram o rápido avanço na construção da primeira ponte rodoviária que ligará a Rússia à Coreia do Norte. A obra, erguida sobre o rio Tumen, é um dos principais projetos resultantes do acordo firmado entre Vladimir Putin e Kim Jong-un durante a visita do presidente russo a Pyongyang no ano passado. As informações são da Newsweek.
De acordo com o relatório do CSIS, publicado em 27 de outubro, a ponte, que deve ter cerca de 5 quilômetros de extensão, incluindo as vias de acesso, representa um marco na cooperação entre Moscou e Pyongyang. Além de impulsionar o comércio bilateral, a infraestrutura reforça a aproximação militar entre os dois países, que atingiu seu ponto mais alto desde a Guerra Fria.
Nos últimos meses, a Coreia do Norte enviou milhares de soldados para apoiar as tropas russas na guerra contra a Ucrânia. O aumento das trocas comerciais e do tráfego ferroviário entre as duas nações tem sido interpretado por analistas como sinal da crescente dependência mútua em tempos de sanções internacionais.
Segundo o CSIS, a construção avançou cerca de 110 metros do lado russo e 150 metros do lado norte-coreano. Seis pilares já foram erguidos e as escavações para novas estacas de sustentação estão concluídas. O projeto inclui ainda um complexo de entrada de aproximadamente 4,9 quilômetros quadrados, com armazéns, alfândega, oficina e área para troca de caminhoneiros, já que não será permitido atravessar para o outro país.
Durante o Fórum Econômico Oriental, em Vladivostok, Putin confirmou os planos de ampliar a rede de transporte com novas pontes no Extremo Oriente, incluindo a ligação com a Coreia do Norte. “A inauguração está prevista para o próximo ano”, afirmou.
O CSIS estima que, mantendo o ritmo atual, a ponte seja concluída no primeiro trimestre de 2026, apesar das condições climáticas rigorosas da região. A nova infraestrutura promete redefinir o comércio entre os dois países e consolidar uma rota estratégica em meio à guerra na Ucrânia e à crescente tensão com o Ocidente.