França suspeita da Rússia em ato que levou caixões à Torre Eiffel, em Paris

Objetos continham o texto 'soldados franceses na Ucrânia', referência ao envio de soldados do país para treinar as tropas de Kiev

No último sábado (1º), cinco caixões foram colocados nas proximidades da Torre Eiffel, todos enrolados na bandeira da França e com o texto “soldados franceses na Ucrânia“. O governo francês, que prendeu três pessoas acusadas de envolvimento com a ação, suspeita que ela tenha sido orquestrada pela Rússia. As informações são da rede BBC.

O caixões foram depositados nas imediações do tradicional monumento de Paris por três homens, que chegaram ao local em uma van e fugiram na sequência.

O motorista, de nacionalidade búlgara, foi preso pouco depois da ação e disse ter recebido 40 euros para fazer o transporte. Outros dois acusados, um ucraniano e um alemão, acabaram detidos quando tentavam embarcar rumo a Berlim e confessaram ter agido em troca de um pagamento de 400 euros.

Torre Eiffel, em Paris: protesto ligado à guerra da Ucrânia (Foto: divulgação)

O governo francês diz que investigações estão em andamento “para apurar se isso foi organizado a partir do exterior.” Apesar da cautela de Paris, que evita fazer acusações antecipadas, casos semelhantes registrados recentemente e as circunstâncias da ação de sábado sugerem o envolvimento da Rússia.

Isso porque a França vem assumindo assume um papel de liderança no apoio ocidental à Ucrânia, e nas últimas semanas o presidente Emmanuel Macron disse que não descarta o envio de seus soldados à Ucrânia para treinar as tropas locais.

Paris inclusive suspeita de Moscou em outros dois casos parecidos com o do final de semana, vistos como uma tentativa de manipular a opinião pública por parte da inteligência russa.

Em outubro de 2023, pouco após os ataques do Hamas contra Israel, muros parisienses amanheceram com a Estrela de David pintada, referência à bandeira israelense. Em maio deste ano, um monumento em memória às vítimas do Holocausto foi pintado com mãos vermelhas, e os autores conseguiram deixar o país antes de serem detidos.

Imagens dos dois protestos, registradas por um fotógrafo ligado à propaganda russa, são o principal indício das forças de segurança da França para suspeitar da Rússia.

Agora, como nesses dois casos anteriores, os investigadores acreditam que o Kremlin age na tentativa de colocar os cidadãos franceses contra o próprio governo, sugerindo que existe uma grande oposição da população ao apoio que o país oferece à Ucrânia.

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