Governo da Rússia sanciona atores Sean Penn e Ben Stiller e mais 23 cidadãos dos EUA

Astros de Hollywood se posicionaram a favor da Ucrânia na guerra, o que os colocou na lista ao lado de políticos e empresários

Na última segunda-feira (5), o Ministério das Relações Exteriores da Rússia incluiu em sua lista de sanções os atores Sean Penn e Ben Stiller e mais 23 cidadãos dos Estados Unidos. O Kremlin disse que a medida é uma resposta às sanções pessoais contra cidadãos russos impostas por Washington. As informações são do jornal independente The Moscow Times.

“As ações hostis das autoridades americanas, que continuam seguindo um curso russofóbico, destruindo os laços bilaterais e aumentando o confronto entre a Rússia e os Estados Unidos, continuarão a ser rejeitadas resolutamente”, disse o Ministério em comunicado oficial.

Sean Penn e Ben Stiller têm manifestado apoio a Kiev desde que a Rússia invadiu a Ucrânia no dia 24 de fevereiro. O primeiro já se reuniu com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, enquanto o colega, que é embaixador da Acnur (Agência da ONU para Refugiados), classificou Zelensky como seu “herói”.

Na lista do Ministério russo já foram incluídos a secretária do Comércio norte-americana, Gina Raimondo, os subsecretários do Comércio Matthew Axelrod, Don Graves, Thea Rozman Kendler e Jeremy Pelter, além de vários senadores democratas e republicanos, empresários e analistas políticos.

O ator Ben Stiller: sancionado pelo Kremlin por sua posição sobre a guerra na Ucrânia (Foto: Flickr)
Por que isso importa?

A escalada de tensão entre Rússia e Ucrânia, que culminou com a efetiva invasão russa ao país vizinho, no dia 24 de fevereiro, remete à anexação da Crimeia pelos russos, em 2014, e à guerra em Donbass, que começou naquele mesmo ano.

Esses conflitos foram usados por Vladimir Putin como argumento para justificar a invasão integral, classificada por ele como uma “operação militar especial” a fim de libertar os cidadãos falantes de russo que vivem sobretudo nas autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Luhansk, há oito anos sob o controle de separatistas pró-Moscou.

“Tomei a decisão de uma operação militar especial”, disse Putin pouco depois das 6h de Moscou (0h de Brasília) de 24 de fevereiro. Cerca de 30 minutos depois, as primeira explosões foram ouvidas em Kiev, capital ucraniana, e logo em seguida em Mariupol, no leste do país.

No início da ofensiva, o objetivo das forças russas era dominar Kiev, alvo de constantes bombardeios, e assim tentar derrubar o presidente Volodymyr Zelensky. Entretanto, diante da feroz e inesperada resistência ucraniana, a Rússia foi forçada a mudar sua estratégia. As tropas, então, começaram a se afastar de Kiev e a se concentrar mais no leste ucraniano, a fim de tentar assumir definitivamente o controle de Donbass e de outros locais estratégicos naquela região. O sul ucraniano também entrou na mira de Moscou, que passou a controlar importantes aéreas.

Em meio ao conflito, o governo da Ucrânia e as nações ocidentais passaram a acusar a Rússia de atacar inclusive alvos civis, como hospitais e escolas, dando início a investigações de crimes de guerra ou contra a humanidade cometidos pelos soldados do Kremlin.

O episódio que mais pesou para as acusações foi o massacre de Bucha, cidade ucraniana em cujas ruas foram encontrados dezenas de corpos após a retirada do exército russo. As imagens dos mortos foram divulgadas pela primeira vez no dia 2 de abril, por agências de notícias, e chocaram o mundo.

Fora do campo de batalha, a Rússia tem sido alvo de todo tipo de sanções. As esperadas punições financeiras impostas pelas principais potencias globais já começaram a sufocar a economia russa, e o país tem se tornado um pária global. Desde a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro, mais de mil empresas ocidentais deixaram de operar na Rússia, seja de maneira temporária ou definitiva, parcial ou integral.

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