Promotores romenos acusam seis homens de traição por planejarem um golpe de Estado com o apoio da Rússia. O grupo teria se reunido em janeiro com um diplomata militar russo em um restaurante de Bucareste para discutir o plano, segundo documentos judiciais vistos pela rede Radio Free Europe (RFE). No dia seguinte ao encontro, dois dos envolvidos embarcaram para Moscou, onde teriam apresentado um projeto de dez pontos para tomar o poder na Romênia.
Entre os acusados estão Adrian Robertin Dinu, advogado e líder do grupo batizado de “Comando Vlad, o Empalador”, e Marius Semeniuc, professor de estudos eslavos. Ambos foram presos após a viagem à Rússia, onde, segundo promotores, entregaram 5 mil euros a dois contatos, incluindo Petro Ghetsko, um ucraniano condenado à revelia por ameaçar a segurança nacional da Ucrânia.

Os investigadores alegam que o grupo operava em uma estrutura “militarizada e hierárquica”, realizando reuniões clandestinas e tomando medidas de segurança para evitar detecção. A suposta conspiração previa a disseminação de propaganda antiocidental, infiltração em estruturas do Estado e um comício de pelo menos dois milhões de pessoas para derrubar o governo.
A investigação surgiu em um momento de turbulência política no país, após a anulação das eleições presidenciais de novembro pelo Tribunal Constitucional. O candidato barrado, Calin Georgescu, líder nas pesquisas, nega qualquer envolvimento com os conspiradores, mas foi identificado em gravações como “o presidente eleito” por Dinu, que prometia colocá-lo no cargo após a tomada de poder.
O governo romeno expulsou do país o adido militar russo Yevgeny Ignatiev e seu superior, por espionagem. O Kremlin nega qualquer envolvimento e considera “ilegítima” a exclusão de Georgescu das próximas eleições.
Valentin Rachiteanu, advogado de Dinu, afirmou que seu cliente “achou que era uma piada” e negou qualquer intenção de golpe. Outros advogados dos acusados não comentaram o caso.