Itália não descarta envenenamento de ex-conselheiro de Putin exilado

Anatoly Chubais, que deixou a Rússia quando a guerra começou, está hospitalizado, com a suspeita de tentativa de assassinato

Autoridades da Itália não eliminam a hipótese de envenenamento de um ex-alto funcionário do Kremlin que precisou ser internado no último fim de semana após adoecer repentinamente. Anatoly Chubais estaria vivendo no país desde que renunciou ao cargo em março e buscou o autoexílio, usando como justificativa sua oposição ao conflito na Ucrânia. As informações são do site Daily Beast.

Chubais, de 67 anos, está em terapia intensiva em um hospital na cidade de Olbiana, na Sardenha, com sintomas da síndrome de Guillain-Barre, uma condição neurológica em que o sistema imunológico ataca erroneamente os nervos saudáveis, segundo contou a jornalista russa e personalidade de TV Ksenia Sobchak, que é do círculo íntimo da família. Ele sofreu paralisia facial parcial e perda de sensibilidade nos braços e perna, disse a amiga.

Anatoly Chubais: suspeita de envenenamento (Foto: WikiCommons)

Chubais passou mal quando aproveitava férias na Costa Esmeralda. Ele teria reclamado de problemas para mexer braços e pernas. De acordo com a agência de notícias italiana Ansa, as autoridades locais, incluindo o promotor público da Sardenha, aguardam pelos resultados dos testes para saber se o caso poderia ser uma tentativa de assassinato.

A hipótese de envenenamento surgiu devido à semelhança com casos que envolveram ex-espiões russos e opositores políticos, que igualmente adoeceram de forma abrupta.

Entre os casos mais conhecidos estão o do opositor pró-Ocidente e líder da Revolução Laranja Viktor Yushchenko, que em 2004 sofreu um misterioso envenenamento e morreu. Já o ex-oficial de inteligência do Kremlin Sergei Skripal e sua filha sobreviveram a uma dose tóxica de novichok em 2018. O agente nervoso, também usado contra o opositor número 1 de Putin, Alexey Navalny, era comum na perseguição a inimigos da era soviética. A Rússia nega qualquer envolvimento nesses ataques. 

A agência russa Tass repercutiu o comentário do porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, que na segunda-feira (1) disse que a hospitalização de Chubais era uma “triste notícia”. Segundo ele, o Kremlin não tem detalhes sobre o que aconteceu.

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