Mais de 33% das crianças na Europa sofrem de obesidade ou estão acima do peso

Até 2035, a chamada “epidemia silenciosa” afetará 17 milhões de meninos e 11 milhões de meninas entre cinco e 19 anos na região

Um encontro entre cônjuges de chefes de Estado e de governo da Europa e especialistas adotou a Declaração de Zagreb, na Croácia. O compromisso político visa a enfrentar a obesidade infantil e incentivar a atuação dos países.

O Escritório da OMS (Organização Mundial de Saúde) na Europa participou no evento, que lançou a Rede de Cônjuges de Líderes Europeus para a Prevenção da Obesidade Infantil. Um novo centro de prevenção será coordenado pela agência da ONU (Organização das Nações Unidas).

O Relatório Regional Europeu de Obesidade de 2022 estima que uma em cada três crianças em idade escolar primária vive com obesidade ou está acima do peso, na região. A previsão é que o quadro “alarmante” se agrave ainda mais.

Com base nas tendências atuais, espera-se uma alta de 61% no número de meninos vivendo com obesidade entre 2020 e 2035, de acordo com o Atlas de Obesidade 2023. A publicação da Federação Mundial de Obesidade projeta uma ainda alta de 75% no número de meninas vivendo com obesidade na região.

Cerca de 17 milhões de meninos e 11 milhões de meninas de cinco a 19 anos viverão com obesidade na região nos próximos 12 anos em 55 países. Em todas as faixas etárias, o custo do sobrepeso e da obesidade supera US$ 800 bilhões anuais.

Hambúrguer e batatas fritas: alimentação saudável e esporte contra a obesidade (Foto: Engin Akyurt/Pexels)
Epidemia silenciosa

Na ação para ajudar a prevenir o agravamento da “epidemia silenciosa”, a agência prioriza uma prevenção com melhor nutrição em todas as etapas da vida infantil em casa, nas escolas e na comunidade em geral.

Outra medida é a regulamentação da indústria de alimentos e bebidas taxando bebidas açucaradas, aposta na maior clareza nas embalagens e restrições de marketing dos alimentos nocivos às crianças.

Por último, a agência quer promover a atividade física, incluindo melhores políticas de design e transporte urbano, prever exercícios no currículo escolar e extracurriculares e difundir mensagens sobre estilo de vida ativo.

O diretor da OMS para a Europa, Hans Kluge, citou a falha de sociedades e países em reverter taxas crescentes de obesidade infantil, que justifica que ação seja tomada sobre a crise de saúde pública antes que se torne ainda mais difícil enfrentar

Mais de 2% do Produto Interno Bruto

Para a primeira-dama da Croácia, Sanja Milosevic, o quadro do país é similar ao da região europeia, com mais de 2% do Produto Interno Bruto a ser canalizado a custos relacionados à obesidade.

Os casos fatais já superam 1,2 milhão por ano, correspondendo a mais de 13% da mortalidade total.

A obesidade aumenta o risco de muitas doenças crônicas, incluindo as cardiovasculares, diabetes tipo 2 e doenças respiratórias crônicas.

Pelo menos 13 tipos diferentes de câncer podem ser originados pela condição, que se considera diretamente responsável por pelo menos 200 mil novos casos anuais na região. A tendência é de aumento do número nos próximos anos.

Outras complicações durante a Covid-19

Durante a pandemia de Covid-19, pessoas acima do peso e com obesidade foram afetadas de forma desproporcional pelos efeitos e apresentavam um quadro mais grave e outras complicações.

Kluge assinalou uma situação complexa, influenciada por diferentes fatores como genética, meio ambiente e status socioeconômico.

O chefe da OMS na Europa defende que nenhuma intervenção isolada pode impedir o aumento do sobrepeso e obesidade.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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