Milhões de ucranianos enfrentam inverno frio e faminto devido a ataques russos, diz ONU

Ataques danificam principalmente a rede elétrica, conforme as temperaturas caem abaixo de zero e já atingem -8º C em Kiev

Stéphanie Tremblay, porta-voz associada da ONU (Organização das Nações Unidas), disse na segunda-feira (5) que uma nova onda de ataques com mísseis da Rússia contra a Ucrânia danificou ainda mais o sistema de energia do país, deixando milhões de pessoas sem eletricidade e água conforme as temperaturas caem abaixo de zero. 

Ela destacou uma análise feita pelo escritório de assuntos humanitários da ONU (OCHA), que por sua vez citou autoridades locais, de que os ataques afetaram regiões no norte, centro e sul, bem como a capital Kiev.  

“Em Odesa, o abastecimento de água foi comprometido pela falta de energia elétrica para o funcionamento das bombas, e o sistema de aquecimento em Dnipro e Odessa também foi afetado”, detalhou Tremblay. “Além disso, 40% da região de Kyiv ficou sem eletricidade”.

Os ataques danificaram principalmente a rede elétrica da Ucrânia, “numa época em que as temperaturas caíram abaixo de zero na maior parte do país e atingiram -8º C em Kiev”, de acordo com a porta-voz.  

Família caminha em meio a tanques russos destruídos em Bucha, arredores de Kiev (Foto: manhhai/Flickr)

Ataques repetidos ao sistema de energia estão colocando milhões de civis em risco de congelamento, principalmente aqueles que vivem na linha de frente, sem acesso a aquecimento, água e serviços essenciais.  

Felizmente, ela continuou, os trabalhadores humanitários continuam a apoiar as autoridades ucranianas com geradores para manter os hospitais funcionando; centros para os deslocados se aquecerem; e ajudando a preparar milhares de instalações como pontos de aquecimento temporário.  

“Já distribuímos mais de 400 geradores, e nos próximos dias chegarão mais”, continuou a porta-voz. “Também fornecemos agasalhos, aquecedores e reparos domésticos para mais de 630 mil pessoas”.  

A ONU entregou outros dez caminhões de suprimentos essenciais para duas comunidades nos arredores da cidade de Kherson, incluindo kits de saúde suficientes para tratar 20 mil pacientes por três meses; kits de higiene para seis mil pessoas; e utensílios domésticos essenciais, incluindo cobertores, colchões e outros suprimentos para 1,5 mil famílias.  

Ao mesmo tempo, Tremblay disse que, apesar dos desafios gerados pela falta de serviços básicos induzida pelo conflito no país, no mês passado, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) ajudou cerca de 2,8 milhões de pessoas com alimentos e apoio financeiro.  

O PMA observou que a principal prioridade para dezembro continua sendo responder consistentemente às necessidades extremas das pessoas nas áreas mais afetadas por meio de assistência oportuna para salvar vidas.   

“No geral, desde o início das operações do PMA no país em fevereiro deste ano, mais de 137 mil toneladas métricas de alimentos foram entregues aos parceiros, destinadas a pessoas afetadas pela guerra e necessitadas que vivem em todo o país”, concluiu Tremblay. 

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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