Ministro da Defesa francês critica ‘Pantera Negra 2’ por referência a suas tropas na África

Sébastien Lecornu denunciou a maneira como os soldados da Operação Barkhane teriam sido supostamente retratados no filme

O ministro da Defesa da França, Sébastien Lecornu, criticou no domingo (12) a forma como os soldados franceses em missões na África teriam sido supostamente retratados no filme de super-heróis ‘Pantera Negra: Wakanda Para Sempre’. Pelo Twitter, ele definiu o longa da Marvel Studios como “falso e enganoso”. As informações são da rede CNN.

A obra dirigida por Ryan Coogler traz no enredo um país africano fictício, Wakanda, que confronta nações ocidentais que buscam controlar recursos de metal em todo o continente. Em determinada cena, um grupo de mercenários que rouba tais riquezas pertencentes à nação que dá título ao longa-metragem é capturado por cidadãos de Wakanda depois que eles atacam um posto avançado no Mali.

Lecornu observou semelhanças entre os mercenários com membros das forças armadas francesas e foi para as redes sociais disparar críticas contra o filme, lançado em novembro do ano passado.

Militares de França e Espanha membros na Operação Barkhane, junho de 2017 (Foto: ejercitoaire/Flickr)

“Condeno veementemente esta representação falsa e enganosa de nossas forças armadas”, tuitou. “Estou pensando e honrando os 58 soldados franceses que morreram defendendo o Mali, diante de grupos terroristas islâmicos”.

A reação de Lecornu veio após o jornalista francês Jean Bexon ter compartilhado um vídeo no sábado (11) onde aponta as semelhanças entre os uniformes camuflados dos mercenários com o usado pelos soldados que participaram da Operação Barkhane, que teve muito dinheiro investido por Paris durante nove anos destinado ao combate ao terrorismo no Sahel africano, tendo o Mali como epicentro.

Com a retirada das forças armadas da França do país, finalizada no dia 15 de agosto de 2022, o governo de transição do Mali permitiu que mercenários russos do Wagner Group se posicionassem em seu território, aumentando a influência da Rússia na nação africana.

No final de janeiro, o governo da França também afirmou que vai acatar a determinação de Burkina Faso para retirar suas tropas do país africano. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores francês, o processo será concluído no prazo estabelecido de um mês.

Segundo o porta-voz do governo local Jean-Emmanuel Ouedraogo, a ruptura se limita ao setor da segurança. “Não significa o fim das relações diplomáticas entre Burkina Faso e a França”, disse ele.

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