No Reino Unido, comitê multipartidário pede investigação contra Rússia

Parlamentares ameaçam processar Boris Johnson após interferência de Moscou no plebiscito por saída da UE, em 2016

Um grupo multipartidário do Parlamento britânico ameaçou nesta sexta (21) processar o primeiro-ministro Boris Johnson. A medida será tomada caso ele não inicie uma investigação sobre a interferência russa no plebiscito do Brexit, em 2016.

Os parlamentares alegam violação da Convenção europeia de Direitos Humanos, , informou o jornal “The Guardian“. Com a intromissão, a consulta perde sua validade como eleição livre. O governo tem duas semanas para responder.

No Reino Unido, comitê bipartidário pede investigação contra Rússia e Brexit
O premiê britânico, Boris Johnson, à esq. e o presidente russo, Vladimir Putin, em conferência sobre a situação da Líbia, na capital alemã Berlim, em janeiro deste ano, com seus assessores, de costas (Foto: Gabinete do Presidente da Rússia)

Para Caroline Lucas, do Partido Verde, “os processos democráticos estão claramente em risco”. A parlamentar classificou a resposta de Downing Street, o gabinete do premiê, como “complacente e negligente”.

“Não podemos permitir que o governo se esquive [da evidência de interferência de Moscou] porque os cofres dos Tories [o partido Conservador] estão cheios de dinheiro russo”, afirmou Lucas.

O relatório do Parlamento veio à público em julho. O material disseca participação russa em campanhas que incentivavam a saída do Reino Unido da UE (União Europeia).

Elaborado em 2019, o material permaneceu em segredo a pedido do governo do Partido Conservador, por conta do período eleitoral.

De acordo com o comitê responsável pelo relatório, Johnson ignorou evidências da intromissão russa na consulta do Brexit. Sua antecessora, a também Tory Theresa May, também não agiu diante das provas de que os russos impulsionaram a saída britânica da União.

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