Romênia e Bulgária aderem ao Espaço Schengen, mas fronteiras terrestres continuam monitoradas

Após 13 anos de espera, Bucareste e Sófia entraram parcialmente para a área da Europa sem controle fronteiriço ou alfandegário

Romênia e Bulgária deram um passo significativo em direção à integração europeia no domingo (31), ao aderirem parcialmente à zona de viagens sem verificação de identidade da Europa. Após anos de negociações para ingressar no Espaço Schengen, agora os viajantes têm livre acesso por via aérea ou marítima a partir desses países. As informações são da agência Associated Press.

No entanto, os controles nas fronteiras terrestres continuarão devido a preocupações com a migração ilegal, principalmente da Áustria, que tem sido um obstáculo na proposta.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, aplaudiu a mudança como um “enorme sucesso” e um “momento histórico” para a maior zona de livre circulação do mundo.

Criado em 1985, o Espaço Schengen representa uma área onde os viajantes desfrutam da liberdade de movimento sem a necessidade de passar por verificações de passaporte nas fronteiras internas. Essa iniciativa aboliu os controles fronteiriços entre os Estados-membros, facilitando a circulação de pessoas dentro do bloco. Pelo menos 3,5 milhões de pessoas fazem uso dela todos os dias.

Portão de chegada do Espaço Schengen no Aeroporto de Riga, Letônia (Foto: WikiCommons)

Com a adesão da Bulgária e da Romênia no domingo, o Espaço Schengen agora conta com 29 membros, incluindo 25 dos 27 Estados-membros da UE, além da Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein.

A Áustria vetou a entrada da Romênia e da Bulgária na zona Schengen no final de 2022, mas aprovou a adesão plena da Croácia. Tendo aderido à União Europeia (UE) em 2007, Bulgária e Romênia aguardavam a integração total no acordo Schengen. Já a Croácia, que entrou para a UE em 2013, recebeu a aprovação total.

Siegfried Muresan, membro romeno do Parlamento Europeu, destacou que esse é um passo significativo que beneficiará milhões de viajantes anualmente. Ele enfatizou que ambos os países cumprem há anos os critérios necessários para aderir ao Espaço Schengen, inclusive nas fronteiras terrestres, e isso pode influenciar outros membros da UE que têm bloqueado a adesão plena.

O primeiro-ministro romeno, Marcel Ciolacu, descreveu a aprovação como uma “conquista bem merecida” para o seu país, salientando os benefícios para os cidadãos e a economia. Ele reiterou o compromisso do governo em alcançar a plena adesão ao Espaço Schengen até o final do ano.

A Comissão Europeia tem enfatizado há mais de uma década que a Bucareste e a Sófia atendem aos requisitos técnicos para a adesão plena, sujeita ao apoio unânime dos membros. Ambos os países concordaram em implementar rastreamentos de segurança nos aeroportos e nas fronteiras marítimas para combater a migração ilegal e a criminalidade transfronteiriça.

Caminhoneiros insatisfeitos

Enquanto alguns têm razões para celebrar, motoristas de caminhão enfrentam filas intermináveis nas fronteiras com seus vizinhos europeus e se sentem excluídos.

O principal sindicato de transporte rodoviário da Romênia, UNTRR, pede “medidas urgentes”, citando perdas financeiras significativas devido às longas esperas. Segundo o sindicato, motoristas esperam até 16 horas na fronteira com a Hungria e até 30 horas na fronteira com a Bulgária.

Empresas búlgaras também expressaram preocupação com o lento progresso, com apenas 3% das mercadorias transportadas por via aérea ou marítima, enquanto aguardam a integração total ao Schengen.

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