Rússia acusa Ucrânia e Reino Unido de forjar ataque contra navio dos EUA no Báltico

Um plano envolveria explosão controlada perto de uma embarcação norte-americana, simulando um ataque russo com torpedo

A Rússia acusou na segunda-feira (16) o Reino Unido e a Ucrânia de planejarem uma encenação de ataque contra um navio da Marinha dos Estados Unidos no mar Báltico. Segundo o Serviço de Inteligência Estrangeira da Rússia (SVR), a operação teria como objetivo culpar Moscou e aumentar a pressão sobre o governo norte-americano para entrar na guerra. As informações são da revista Newsweek.

De acordo com o SVR, um dos planos envolveria uma explosão controlada perto de uma embarcação dos EUA, simulando um ataque russo com torpedo. Outra possibilidade seria a colocação de minas de fabricação russa no mar Báltico, a serem “descobertas” por forças aliadas para acusar o Kremlin de sabotar rotas marítimas internacionais. O comunicado não apresentou evidências para sustentar as alegações.

Navios de combate a minas da Otan no Mar Báltico (Foto: Brian Djurslev/picryl.com/Creative Commons)

O mar Báltico tem sido chamado por autoridades russas de “lago da Otan” (Organização do Tratado do atlântico Norte), desde a entrada da Suécia e da Finlândia na aliança militar. Desde 2022, a região tem registrado episódios de sabotagem em infraestruturas submarinas, como cabos de comunicação e gasodutos.

Em entrevista ao site Politico em abril, o vice-comandante da guarda costeira finlandesa, Ilja Iljin, afirmou que 11 cabos já foram danificados desde 2023.

A declaração russa ocorre em meio a relatos de novos episódios de desestabilização atribuídos a Moscou em países europeus. Segundo o think tank Armed Conflict Location & Event Data (ACLED, foram registrados pelo menos sete incidentes em maio, incluindo incêndios criminosos e sabotagens frustradas.

“À medida que drones ucranianos continuam atingindo alvos em território russo, é muito provável que esses eventos se intensifiquem”, afirmou Nichita Gurcov, analista da entidade.

Para o SVR, os recentes ataques a ferrovias nas regiões russas de Bryansk e Kursk e a ofensiva de drones ucranianos contra bases aéreas em 1º de junho fariam parte de uma operação maior, batizada de “Teia de Aranha”, supostamente coordenada por Kiev com o apoio de serviços secretos europeus.

No comunicado, a inteligência russa declarou que “(Kiev) se tornou o executor perfeito de provocações vis e atentados terroristas em nome do pérfido Albion (referência ao Reino Unido) e realiza alegremente o trabalho sujo”.

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