Nesta quarta-feira (14), o Kremlin anunciou a reimposição da proibição das exportações de gasolina por mais seis meses, de 1º de setembro a 31 de dezembro de 2024. A justificativa é a de “garantir a estabilidade” no mercado interno de combustíveis após significativos aumentos de preços. As informações são do The Moscow Times.
Segundo o governo, a medida tem como objetivo estabilizar os preços “durante um período de demanda sazonal prolongada e manutenção programada nas refinarias de petróleo”.
A proibição original, introduzida em março, havia sido suspensa temporariamente entre maio e julho devido à saturação do mercado interno.

A nova restrição não afetará as entregas realizadas com base em acordos intergovernamentais, incluindo aqueles com os países da União Econômica Eurasiática: Belarus, Cazaquistão, Quirguistão e Armênia.
Embora Moscou possua grandes reservas de energia, no ano passado foi imposta uma proibição semelhante para diesel e gasolina, devido ao impacto dos preços elevados nos postos de combustíveis sobre o poder de compra dos russos, já comprometido pela desvalorização do rublo em decorrência das sanções.
Em 2023, a Rússia produziu 43,9 milhões de toneladas de gasolina, segundo dados oficiais. As receitas geradas pela venda de petróleo e gás permanecem cruciais para Moscou, que ajusta sua economia para sustentar os altos níveis de gastos militares.
Apesar das sanções contra o petróleo, a Rússia ainda obtém lucros com o combustível fóssil. No entanto, os constantes ataques de drones ucranianos às refinarias do país forçaram o Kremlin a suspender as exportações de gasolina entre março e julho para proteger a estabilidade dos preços.
As refinarias de petróleo da Rússia tornaram-se um alvo preferencial dos ataques aéreos da Ucrânia nas últimas semanas, comprometendo assim uma importante fonte de renda do país. Segundo cálculo da agência Reuters, o país perdeu até 7% de sua capacidade de refinamento devido aos bombardeios.