Nesta segunda-feira (29), o Kremlin negou as alegações de que a Rússia estaria planejando ataques à infraestrutura crítica na França durante os Jogos Olímpicos.
A NBC News informou no domingo (28) que a sabotagem na rede ferroviária de alta velocidade da França, antes da cerimônia de abertura na sexta-feira (26), indicava várias ameaças à segurança das Olimpíadas, incluindo uma suposta “campanha de sabotagem russa”.
Os ataques à infraestrutura de transporte no país interromperam a viagem de cerca de 800 mil pessoas que estavam se preparando para a Cerimônia de Abertura na capital. A SNCF, a empresa ferroviária francesa, confirmou que incendiários realizaram “atos maliciosos” em rotas importantes ligadas a Paris.
O The Moscow Times repercutiu a reação do porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, chamou a reportagem de “farsa” e criticou veículos de mídia por culparem a Rússia por diversos problemas, questionando a credibilidade dessas fontes.
A reportagem da também NBC citou Chris Krebs, ex-diretor da Agência de Segurança Cibernética e de Infraestrutura do governo Trump, que afirmou: “É quase certo que agentes cibernéticos russos, como o GRU (serviço secreto russo), o Sandworm ou até o FSB ( (Serviço Federal de Segurança), tentarão fazer algo em relação aos Jogos”.
Enquanto isso, o Ministro do Interior francês, Gerald Darmanin, confirmou que as autoridades francesas “identificaram vários perfis” relacionados aos ataques incendiários. Ele acrescentou que a questão agora é determinar se esses indivíduos foram manipulados, ponderando se os incendiários agiram “por interesse próprio”.
Não se sabe quem realizou os incêndios criminosos na rede ferroviária francesa nem se foram planejados para interromper a cerimônia de abertura olímpica. O serviço foi restaurado na manhã desta segunda.
A reportagem da NBC News destacou ataques cibernéticos passados por grupos russos contra atletas e eventos olímpicos e sugeriu que ataques recentes podem ser motivados pelo apoio ocidental à Ucrânia após a invasão de 2022.
A reportagem também mencionou que, no mês passado, autoridades francesas e norte-americanas relataram que um cidadão russo-ucraniano preso após uma explosão no norte da França poderia ter “tentado realizar um ato de sabotagem pró-Rússia contra uma instalação francesa” que apoiava a defesa da Ucrânia contra as forças invasoras.