Rússia responsabiliza Ocidente pela interrupção no fornecimento de gás para a Europa

Moscou culpou os EUA, autoridades europeias e a Ucrânia pela interrupção do fornecimento de gás para a Europa, após o fim do acordo de trânsito via território ucraniano

Nesta quinta-feira (2), a Rússia culpou o Ocidente, especialmente os Estados Unidos, algumas autoridades europeias e o governo de Kiev, pela interrupção no fornecimento de gás russo para a Europa via Ucrânia. A crise foi desencadeada com o fim do acordo de cinco anos entre Moscou e Kiev sobre o trânsito de gás russo pelo território ucraniano, que expirou na quarta-feira (1º). As informações são da France24.

A Ucrânia recusou-se a renovar o contrato devido à guerra em curso entre os dois países, iniciada em 24 de fevereiro de 2022. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, justificou a decisão afirmando que não permitiria que Moscou “lucrasse bilhões a mais” em meio ao conflito.

Do lado russo, o presidente Vladimir Putin, em declaração no início de dezembro, afirmou que o acordo de trânsito de gás era “coisa do passado”. Apesar disso, garantiu que a gigante energética russa Gazprom continuaria operando após o término do contrato.

Estatal russa Gazprom (Foto: Gazprom/Reprodução Twitter)

Em comunicado oficial, Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, declarou que a Ucrânia tomou a decisão de não renovar o acordo, mesmo com a Gazprom cumprindo suas obrigações contratuais. Segundo Zakharova, a interrupção no fornecimento de gás impacta negativamente a economia europeia e a qualidade de vida dos cidadãos da região.

Zakharova argumentou que a decisão ucraniana tem motivação geopolítica, beneficiando os Estados Unidos, que seriam os “principais ganhadores da redistribuição do mercado de energia na Europa”. Ela também apontou os EUA como os “principais patrocinadores da crise ucraniana”.

A porta-voz ressaltou que a Alemanha foi um dos primeiros países a sentir os efeitos dessa situação, enfrentando preços mais altos no gás natural após as explosões no gasoduto Nord Stream em setembro de 2022. De acordo com ela, o aumento dos custos levou à paralisação de indústrias históricas no país. Outros países da União Europeia (UE), anteriormente considerados prósperos e autossuficientes, também estariam enfrentando dificuldades semelhantes.

Com a interrupção no fornecimento, a dependência europeia de fontes alternativas de energia, como o gás natural liquefeito dos Estados Unidos, deve aumentar. Analistas indicam que a crise pode aprofundar o impacto econômico e energético na região, forçando governos a adotarem medidas de emergência e a explorarem alternativas sustentáveis a longo prazo.

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