Suécia convoca embaixador russo após ameaças de resposta militar se país aderir à Otan

Viktor Tatarintsev foi convocado para dar esclarecimentos sobre sua declaração de que Estocolmo se tornaria um "alvo legítimo" de "medidas retaliatórias" caso entre na aliança militar

Estocolmo convocou nesta quarta-feira (29) o embaixador russo na Suécia após o diplomata alertar que o país se tornaria um “alvo legítimo” de “medidas retaliatórias” caso aderisse à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). As informações são da revista portuguesa Visão.

Viktor Tatarintsev enviou um recado na terça-feira (28) à Suécia e Finlândia que, na hipótese de as nações ingressarem na aliança militar, ambas correriam o risco de se envolver no “aprofundamento do confronto de Moscou com o Ocidente”.

Sede da embaixada russa em Estocolmo (Foto: WikiCommons)

Em uma declaração postada no site da embaixada, Tatarintsev disse que “se alguém ainda acredita que isso [a adesão à Otan] de alguma forma melhorará a segurança da Europa, pode ter certeza de que os novos membros do bloco hostil se tornarão um alvo legítimo para as medidas de retaliação russas, inclusive militares”.

O chefe da diplomacia sueca, Tobias Billstrom, reagiu à declaração.

“O Ministério dos Negócios Estrangeiros convocará o embaixador russo para denunciar esta tentativa clara de influência”, disse Billstrom, que acrescentou: “Só a Suécia decide sobre a sua política de segurança nacional, mais ninguém”.

A adesão à Otan requer a ratificação de todos os 30 Estados-membros da aliança militar. A candidatura da Suécia encontra oposição da Hungria e da Turquia após uma série de disputas diplomáticas.

Depois de ter sua proposta ratificada pela Hungria nesta semana, a Helsinque espera apenas a Turquia – onde o presidente Recep Tayyip Erdogan vem se mostrando um obstáculo nas pretensões dos postulantes –, que sinalizou que dará sua aprovação em breve.

Os governos sueco e finlandês abandonaram suas políticas de longa data de não alinhamento militar e solicitaram a adesão após as tropas de Putin invadirem a Ucrânia em fevereiro.

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