Três homens condenados por incêndio criminoso em Londres ligado ao Wagner Group

Equipamentos destinados à Ucrânia estavam armazenados em galpão incendiado em março de 2024.

Três homens foram condenados por envolvimento em um incêndio criminoso que destruiu um armazém no leste de Londres em março de 2024, onde estavam armazenados geradores e equipamentos de comunicação via satélite com destino à Ucrânia. Segundo promotores britânicos citados pela Radio Free Europe (RFE), o ataque teria sido planejado por agentes ligados aos mercenários russos do Wagner Group.

Os condenados – Nii Mensah, 23, Jakeem Rose, 23, e Ugnius Asmena, 20 – foram considerados culpados por incêndio criminoso qualificado. Eles teriam sido recrutados por Dylan Earl, 20, e Jake Reeves, 23, que já haviam se declarado culpados por envolvimento no caso. De acordo com as investigações, Earl manteve contato com integrantes do Wagner Group por meio de canais no Telegram e se ofereceu para executar ações de sabotagem.

A polícia afirmou que os envolvidos provavelmente desconheciam que estavam sendo usados por agentes russos. As autoridades investigam ainda se o grupo teve participação em um plano para atacar propriedades ligadas ao primeiro-ministro britânico Keir Starmer, e também em uma tentativa de sequestro do empresário russo exilado Yevgeny Chichvarkin, crítico do Kremlin.

Wagner Group em Belarus (Foto: WikiCommons)

O Wagner Group ganhou notoriedade por sua atuação militar em diversas zonas de conflito e pela tentativa frustrada de rebelião contra Moscou em 2023, liderada por Yevgeny Prigozhin, morto meses depois em um suspeito acidente aéreo. Apesar da dissolução formal da organização, diversas células ligadas à Wagner continuam ativas em operações secretas, inclusive, fora da Rússia.

O caso levanta preocupações sobre uma campanha de sabotagem promovida por redes de inteligência russas no Reino Unido e em outros países da Europa, utilizando intermediários para executar ataques contra alvos sensíveis ligados ao apoio à Ucrânia.

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