Ucrânia anuncia mais um navio atingido e diz que já afundou um terço da frota russa do Mar Negro

De acordo com as últimas atualizações, Kiev afirma ter incapacitado um terço das forças russas no Mar Negro

A Ucrânia disse nesta quarta-feira (14) que já neutralizou um terço da frota do Mar Negro das Forças Armadas da Rússia, após afundar outro navio de guerra em um ataque com drones no litoral da Crimeia. A Marinha russa tornou-se alvo habitual de Kiev na guerra contra Moscou e tem rendido importantes vitórias às tropas ucranianas. As informações são da rede CNN.

Segundo a inteligência militar ucraniana, os drones Magura V5 perfuraram “buracos críticos” no navio de desembarque russo Caesar Kunikov antes de ele ir a pique.

Um piloto de uma unidade especial da agência de inteligência de defesa da Ucrânia explicou à reportagem que esses drones têm apenas alguns metros de comprimento e são impulsionados por jet skis. Kiev tem utilizado equipamento para atacar a frota russa no Mar Negro, obtendo vitórias sem precedentes. Cada drone pode carregar pelo menos 250 kg de explosivos.

Após o ataque desta quarta, as forças armadas da Ucrânia informaram que o país já inutilizou uma parcela significativa das forças do Mar Negro da Rússia durante a invasão, que no dia 22 completa dois anos.

O navio de desembarque anfíbio Caesar Kunikov foi afundado por drones navais (Foto: WikiCommons)

Isso corrobora as afirmações recentes da Ucrânia de que desativaram cerca de um terço dos navios de guerra da Rússia, totalizando 24 navios e um submarino. O Caesar Kunikov seria o 25º navio inutilizado, segundo a contagem da Ucrânia.

O ataque realizado foi conduzido pela unidade de forças especiais “Grupo 13” da agência, em colaboração com as forças de segurança e defesa da Ucrânia, conforme comunicado.

Imagens noturnas fornecidas pela Ucrânia mostram um drone marítimo avançando em direção ao Caesar Kunikov, seguido por uma grande coluna de fumaça proveniente do navio.

A reportagem não conseguiu confirmar independentemente as declarações da Ucrânia. O Kremlin optou por não comentar o ataque relatado.

Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, se recusou a comentar, sugerindo que consultassem as declarações do Ministério da Defesa sobre o andamento da operação militar especial.

O ataque de quarta-feira é apenas o mais recente de uma série de investidas da Ucrânia contra a marinha russa, em uma tentativa de golpear as forças russas que anexaram ilegalmente a Crimeia em 2014.

À medida que o segundo aniversário da invasão em larga escala da Rússia na Ucrânia se aproxima, as linhas de frente permaneceram praticamente estáticas por meses. No entanto, desde o ano passado, a Ucrânia concentrou seus esforços no Mar Negro, visando isolar a península da Crimeia e dificultar para a Rússia sustentar suas operações militares no território ucraniano.

Corredor de grãos

Jens Stoltenberg, líder da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), destacou que as forças armadas ucranianas conseguiram afastar a frota russa do Mar Negro, abrindo um corredor para exportar cereais e outras mercadorias para o mercado global.

“Quem diria que isso seria possível há alguns meses? Agora, vemos a Ucrânia exportando grãos mesmo sem acordo com a Rússia. Isso mostra a habilidade e competência das Forças Armadas Ucranianas”, afirmou Stoltenberg. Ele ressaltou que esse sucesso é resultado das habilidades das forças ucranianas, mas também enfatizou o apoio crucial da aliança militar.

No início de dezembro, os governos britânico e norueguês anunciaram a formação da Coalizão de Capacidade Marítima, um plano conjunto para ajudar a desenvolver a Marinha ucraniana e assim enfrentar a poderosa esquadra russa.

O maior feito ucraniano até agora foi o afundamento do cruzador Moskva, orgulho da esquadra de Moscou, que veio a pique em abril de 2022.

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