Até agora, Kiev capturou 594 prisioneiros de guerra durante sua operação na região russa de Kursk, onde os ucranianos conseguiram se estabelecer em 6 de agosto, de acordo com o comandante-chefe Oleksandr Syrskyi. O general destacou nesta terça-feira (27) que a operação surpresa, que já dura três semanas, conseguiu desviar a atenção de muitos soldados russos e registrou novos avanços nos últimos dias. As informações são do site Politico.
Syrskyi afirmou que o Kremlin enviou cerca de 30 mil soldados para Kursk e que esse número está aumentando, enquanto tenta evitar desviar forças de Pokrovsk, onde está intensificando seu avanço militar.
Embora a Ucrânia esteja assumindo o controle de cidades e vilas na Rússia com sua operação militar especial, as forças russas continuam avançando na região de Donetsk, especialmente ao redor de Pokrovsk. Syrskyi explicou que o objetivo ucraniano em Kursk é desviar a atenção das forças russas de outras áreas importantes da linha de frente e assim enfraquecer a ofensiva do inimigo.
O general afirmou ainda que a Ucrânia assumiu até agora o controle de 1.294 quilômetros quadrados e cem assentamentos em Kursk, além de ter capturado os 594 prisioneiros de guerra que podem ser usados em trocas futuras com Moscou.
Ainda de acordo com a autoridade, a Rússia diminuiu sua atividade no sul da Ucrânia, mas continua avançando em Zaporizhzhya, tentando retomar posições próximas à vila de Robotyne, repercutiu o jornal Kyiv Independent. Em Kherson, região parcialmente ocupada, as forças russas estão tentando recuperar o controle de uma área insular perto do delta do Rio Dnipro.
É a primeira vez que uma autoridade ucraniana revela o número de prisioneiros de guerra capturados.
Syrskyi explicou que a Ucrânia decidiu entrar em Kursk para parar os bombardeios russos, proteger a população civil e a infraestrutura, e realizar uma operação preventiva contra as forças russas que se concentravam perto da região de Sumy.
F-16 interceptaram mísseis russos, diz Kiev
A Rússia, porém, não reduz os ataques e nesta terça (27) disparou dezenas de mísseis e drones contra a Ucrânia pelo segundo dia consecutivo. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse que alguns desses mísseis foram interceptados por caças F-16 fornecidos pelo Ocidente antes de atingirem seus alvos, segundo a agência Associated Press (AP).
O ataque matou pelo menos cinco pessoas e destruiu um hotel, casas, prédios residenciais e infraestrutura crítica em várias regiões da Ucrânia. Além disso, Kiev e outras cidades sofreram quedas de energia durante o calor intenso.
Diante de tal cenário, Zelensky pediu aos EUA que levantem as restrições e permitam ataques ucranianos mais profundos na Rússia, visando a infraestrutura militar. Ele comentou que os aliados evitam discutir o assunto, mas ele continuará insistindo.
″(Os aliados) tentam não falar comigo sobre isso. Mas eu continuo levantando esse tópico. Geralmente, é isso. As Olimpíadas acabaram, mas o pingue-pongue continua”, disse Zelensky.