A Ucrânia, através do comissário para política de sanções, Vladyslav Vlasiuk, indicou a possibilidade de revisão das sanções econômicas impostas à Rússia em troca de um acordo que encerre o conflito. Em entrevista ao site Politico, ele lembrou que as punições têm como objetivo principal justamente pressionar Moscou a cessar a agressão e negociar uma paz duradoura. Essa abordagem sugere uma nova fase nas relações entre Kiev e seus aliados ocidentais na busca pelo fim do conflito que já dura mais de três anos.
A declaração surge em um contexto onde o presidente russo, Vladimir Putin, expressou abertura para um acordo de cessar-fogo imediato proposto pelos EUA, que além de parar os combates visa estabelecer as bases para negociações de paz.
No entanto, apesar da disposição para dialogar, o Kremlin enfatizou que qualquer acordo deve não apenas cessar os combates, mas também manter Kiev fora da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) a fim de assegurar uma paz duradoura.
Entretanto, as negociações, segundo Vlasiuk, ainda estão em fase inicial, e é “prematuro falar sobre quais sanções exatas deveriam ser parte de qualquer acordo”.
Em meio a discussões sobre os próximos passos nas negociações de paz com Moscou, Vlasiuk destacou a importância de entender quais sanções são mais impactantes para a Rússia, uma vez que isso pode fornecer uma vantagem estratégica nas negociações.
“Já vimos que os russos estão tentando questionar se essas sanções deveriam ser levantadas, pelo menos algumas delas, o que nos dá uma melhor compreensão de quais sanções são mais dolorosas. É sempre bom saber o que é mais doloroso, e temos que usar essa alavanca com sabedoria”, disse ele.
Enquanto isso, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tem uma postura mais rígida, pedindo mais sanções contra a Rússia após comentários iniciais de Putin, que ele classificou como “manipulativos”.
Zelensky defendeu, também de acordo com o Politico, que “agora é o momento de aumentar a pressão” sobre Putin. “Sanções devem ser aplicadas. Aquelas que funcionarão. Continuaremos trabalhando com nossos parceiros americanos e europeus, e com todos no mundo que querem paz, para forçar a Rússia a acabar com esta guerra.”
As negociações sobre o futuro das sanções e as relações econômicas pós-guerra indicam uma complexa rede de interesses e estratégias. Vlasiuk mencionou que “é apenas uma questão de tempo” até que os países voltem a fazer negócios com a Rússia, mas enfatizou que qualquer comércio deve ser conduzido sob as condições corretas, potencialmente redefinindo o cenário geopolítico na região.