União Europeia avança em projeto para proibir gás russo em até três anos

Proposta prevê bloqueio gradual a partir de 2026, com exceções para contratos antigos e países sem acesso a alternativas

A União Europeia (UE) deu nesta semana um passo decisivo para reduzir sua dependência energética da Rússia. A Comissão Europeia apresentou um conjunto de medidas que prevê a proibição progressiva das importações de gás russo, incluindo o gás natural liquefeito (GNL), com restrições iniciais já a partir de 2026. As informações são do site Politico.

O plano, anunciado em Estrasburgo pelo comissário de Energia, Dan Jørgensen, é parte da estratégia REPowerEU, que tem como meta eliminar totalmente a compra de combustíveis fósseis russos até 2027. Segundo um rascunho do documento obtido pela reportagem antes da publicação oficial, o objetivo é reduzir os riscos comerciais e de segurança ligados ao fornecimento de gás pela Rússia.

Estatal russa Gazprom (Foto: Gazprom/Reprodução Twitter)

De acordo com o texto, a partir de 1º de janeiro de 2026, estará proibida a importação de gás russo por gasodutos ou em navios, com exceções apenas para contratos de curto prazo assinados antes de 17 de junho de 2026 e para países sem saída para o mar que mantêm acordos de longo prazo com Moscou. Em alguns casos, contratos existentes poderão continuar até 1º de janeiro de 2028.

Em uma mudança inédita, todo o gás que entrar no bloco por rotas russas, como os gasodutos via Sérvia, será automaticamente considerado de origem russa, a menos que haja documentação oficial provando o contrário. Além disso, os países-membros terão que apresentar novos “planos de diversificação”, detalhando como pretendem encerrar a dependência tanto do gás quanto do petróleo russos.

As empresas europeias também enfrentarão novas exigências, como a obrigação de informar a origem do gás que importam. Segundo Jørgensen, a Comissão trabalha ainda em mecanismos legais para implementar e monitorar as novas regras. “Estamos introduzindo normas para aplicar e monitorar efetivamente essa proibição”, afirmou.

No entanto, países como Hungria e Eslováquia já sinalizaram forte oposição às novas medidas. Ambos continuam importando petróleo e gás russos desde o início da guerra em grande escala na Ucrânia e utilizaram brechas temporárias para aproveitar preços mais baixos. Os dois governos ameaçaram vetar medidas futuras caso a Comissão avance com o plano sem concessões adicionais.

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