Washington e Berlim atrasam ingresso da Ucrânia na Otan

O presidente ucraniano deseja um convite imediato para se juntar à aliança militar, mas os principais membros estão hesitantes

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky enfrenta um obstáculo em seu plano de vitória, que depende do convite ao seu país para se juntar à Otan (Organização do Tratado do Atlântico norte). Porém, alguns dos principais membros da aliança, incluindo Alemanha e EUA, não estão interessados que isso aconteça. As informações são do Politico.

Segundo quatro autoridades e diplomatas dos EUA e da Otan, que falaram sob anonimato, esses países estão desacelerando o apelo do líder ucraniano por um convite imediato.

Zelensky pediu um convite imediato para a Ucrânia se juntar à Otan como parte de seu plano de vitória, mas reconheceu que a adesão efetiva só seria possível após o fim da guerra com a Rússia. Esta semana, Zelensky afirmou que é “fundamental” para Kiev “receber um convite durante a guerra”. No entanto, os principais membros da aliança estão preocupados com o risco de se envolverem em um conflito com a Rússia.

Em entrevista ao Politico, a embaixadora dos EUA na Otan, Julianne Smith, destacou a posição americana: “A aliança ainda não está pronta para oferecer filiação ou convite à Ucrânia”, afirmou ela.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em foto de 2022 (Foto: WikiCommons)

Zelensky reconheceu que o chanceler alemão Olaf Scholz, apesar de ser um dos maiores fornecedores militares para a Ucrânia, não apoiará um convite rápido para a adesão à Otan. O líder ucraniano destacou sua gratidão pelo apoio da Alemanha, mas reconheceu o ceticismo alemão sobre a entrada da Ucrânia na aliança. Ele enfatizou a necessidade de trabalhar mais com o lado alemão, mencionando que os Estados Unidos terão influência nesse processo.

Além da Alemanha e dos EUA, Hungria e Eslováquia também estão resistindo à adesão da Ucrânia à Otan. Esses países, liderados por populistas pró-Kremlin, têm adotado uma postura diferente. O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, bloqueou fundos da União Europeia (UE) destinados a armar a Ucrânia e retirou-se do programa da Otan que envia ajuda letal a Kiev.

Em uma publicação nas redes sociais, Orbán chamou o plano de vitória de Zelensky de “mais do que aterrorizante”. O eslovaco Robert Fico alertou que permitir a entrada da Ucrânia na Otan “seria uma boa base para uma terceira guerra mundial” e prometeu que “nunca concordaria” com isso.

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