Zelensky ordena limpeza em agência de segurança após plano suspeito de assassinato

Ao nomear novo chefe do órgão, presidente destacou que apenas pessoas comprometidas com o futuro da Ucrânia devem ser aceitas

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky instruiu o novo chefe do serviço de guarda estatal da Ucrânia a realizar uma limpeza interna depois que dois de seus oficiais foram acusados de planejar o assassinato de altos funcionários governamentais. As informações são da agência Reuters.

Zelensky introduziu na semana passada o novo chefe da guarda estatal da Ucrânia, coronel Oleksiy Morozov, enfatizando a necessidade de garantir que apenas aqueles comprometidos com o país se juntem à agência. Ele declarou no Telegram que é essencial limpar a agência de “indivíduos que não defendam os interesses ucranianos ou prejudiquem seu serviço”.

O SBU (Serviço de Segurança da Ucrânia) anunciou em maio que havia detido dois coronéis do serviço de guarda, acusados de colaborar com a Rússia para planejar o assassinato do presidente ucraniano, do chefe da inteligência militar Kyrylo Budanov, e de outras autoridades. A inteligência ucraniana alega que o plano havia sido coordenado pelo FSB (Serviço Federal de Segurança) da Rússia, que formou uma equipe de agentes para colocá-lo em prática. Os dois coronéis teriam sido cooptados a colaborar porque tinham proximidade com Zelensky e poderiam capturá-lo e matá-lo.

O líder ucraniano, Volodymyr Zelensky (Foto: Governo da Ucrânia/Divulgação)

A declaração do líder ucraniano está conectada à demissão do antecessor de Morozov, Serhiy Rud, que ocorre após a detenção de funcionários da agência acusados de colaborar com a Rússia e vazar informações confidenciais. O Kremlin não fez comentários sobre o assunto até o momento.

Em outros incidentes recentes do conflito entre Moscou e Kiev, mísseis russos atingiram Pokrovsk, no leste da Ucrânia, matando quatro pessoas e ferindo 34, incluindo duas crianças. O governador Vadym Filashkin chamou o ataque de um dos maiores contra civis recentemente.

“Este é um dos maiores ataques inimigos contra civis recentemente”, disse Vadym Filashkin no Telegram.

Tentativas de assassinato frequentes

Em 2022, Zelensky afirmou que já havia tomado conhecimento de dez tentativas de assassinato contra ele, segundo a rede Deutsche Welle (DW). Mais recentemente, a vida do chefe de Estado esteve em risco mais uma vez, já com a guerra em andamento.

No dia 6 de março, mísseis russos atingiram a cidade ucraniana de Odessa no exato momento em que Zelensky se preparava para receber o primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis. Não está claro se o alvo era o especificamente presidente ucraniano, mas o bombardeio ocorreu perto de onde estavam as delegações das duas autoridades.

Na ocasião, o jornal Proto Thema afirmou que o ataque ocorreu quando a comitiva grega se dirigia ao porto de Odessa para o encontro com Zelensky, reunião que vinha sendo mantida em sigilo justamente por questões de segurança. Disse ainda que o ataque pareceu direcionado ao líder ucraniano, que “estava a 150 metros da delegação grega liderada pelo primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis.”

Moscou não negou a autoria, mas argumentou que as Forças Armadas “lançaram um ataque com mísseis de alta precisão contra um hangar no distrito portuário industrial da cidade de Odessa, que foi usado pelas Forças Armadas da Ucrânia para preparar barcos não tripulados para o combate. O objetivo do ataque foi alcançado. A instalação foi atingida”, segundo relatou a agência estatal Tass.

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