Ucrânia diz que frustrou um plano da Rússia para assassinar o presidente Volodymyr Zelensky

Dois coronéis do serviço de proteção ao governo foram presos por participar da trama, que ainda mirava outras autoridades estatais

O SBU (Serviço de Segurança da Ucrânia) afirmou nesta terça-feira (7) que frustrou um plano para assassinar o presidente do país, Volodymyr Zelensky, e outras autoridades estatais. De acordo com a rede BBC, dois coronéis de uma unidade de proteção ao governo ucraniano foram presos.

A inteligência ucraniana alega que o plano havia sido coordenado pelo FSB (Serviço Federal de Segurança) da Rússia, que formou uma equipe de agentes para colocá-lo em prática. Os dois coronéis teriam sido cooptados a colaborar porque tinham proximidade com Zelensky e poderiam capturá-lo e matá-lo.

Além do presidente, ao menos outras duas autoridades estatais estariam na mira de Moscou na trama: o chefe da inteligência militar ucraniana, Kyrylo Budanov, e o chefe do SBU, Vasyl Malyuk. O objetivo era eliminar o primeiro alvo, Budanov, até 5 de maio, dia da Páscoa ortodoxa.

O líder ucraniano, Volodymyr Zelensky (Foto: Governo da Ucrânia/Divulgação)

Diferente de Zelensky, que seria sequestrado e assassinado, o chefe da inteligência militar seria morto em uma ação de drones. Para isso, agentes russos infiltrados no governo ucraniano forneceriam a localização dele em determinado momento, viabilizando o ataque de precisão.

Ao revelar a trama, o SBU diz que conseguiu identificar três indivíduos que servem à inteligência russa e teriam participado do esquema, mas revelou apenas os nomes de dois: Dmytro Perlin, que recrutava informantes desde antes da invasão russa, em fevereiro de 2022, e Oleksiy Kornev, que se reuniu com um dos coronéis detidos em “Estados europeus vizinhos”.

Tentativas de assassinato frequentes

Em 2022, Zelensky afirmou que já havia tomado conhecimento de dez tentativas de assassinato contra ele, segundo a rede Deutsche Welle (DW). Mais recentemente, a vida do chefe de Estado esteve em risco mais uma vez, já com a guerra em andamento.

No dia 6 de março, mísseis russos atingiram a cidade ucraniana de Odessa no exato momento em que Zelensky se preparava para receber o primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis. Não está claro se o alvo era o especificamente presidente ucraniano, mas o bombardeio ocorreu perto de onde estavam as delegações das duas autoridades.

Na ocasião, o jornal Proto Thema afirmou que o ataque ocorreu quando a comitiva grega se dirigia ao porto de Odessa para o encontro com Zelensky, reunião que vinha sendo mantida em sigilo justamente por questões de segurança. Disse ainda que o ataque pareceu direcionado ao líder ucraniano, que “estava a 150 metros da delegação grega liderada pelo primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis.”

Moscou não negou a autoria, mas argumentou que as Forças Armadas “lançaram um ataque com mísseis de alta precisão contra um hangar no distrito portuário industrial da cidade de Odessa, que foi usado pelas Forças Armadas da Ucrânia para preparar barcos não tripulados para o combate. O objetivo do ataque foi alcançado. A instalação foi atingida”, segundo relatou a agência estatal Tass.

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