_{Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News}

Uma nova análise da Organização Internacional do Trabalho (OIT) revela que crianças de comunidades indígenas enfrentam um risco alto de trabalho infantil e muitas vezes não têm acesso à educação.

Nos países estudados, as crianças indígenas apresentam taxas de frequência escolar mais baixas em comparação com outras, especialmente as meninas.

De acordo com as conclusões, os menores indígenas enfrentam desvantagens educativas, o que as torna mais vulneráveis ​​ao trabalho infantil. A maioria deles trabalha na agricultura, mas também são encontrados na construção, no comércio, na indústria e no trabalho doméstico.

A análise da OIT sublinha diferenças regionais significativas. No Peru, o trabalho infantil entre as crianças indígenas é quase três vezes superior à média.

Já no Equador, as crianças indígenas têm cerca de 11,6 vezes mais probabilidade de estarem envolvidas em atividades perigosas em comparação com a média nacional para todas as crianças.

Pobreza e exploração

Segundo a OIT, o trabalho infantil entre as crianças indígenas é um resultado direto da marginalização social, econômica e cultural que as comunidades sofrem, com três vezes mais probabilidades de serem marcadas por uma situação de pobreza extrema. 

Além disso, as comunidades indígenas frequentemente são vítimas de desapropriação de terras, suportam o peso das alterações climáticas e dos conflitos, têm acesso limitado a serviços essenciais e encontram obstáculos na manutenção dos seus modos de vida tradicionais.

De acordo com o estudo, essa realidade pode forçar as crianças indígenas a trabalhar para ajudar suas famílias. Também pode levar a outras consequências, como a exploração de meninas indígenas por traficantes que se aproveitam da ruptura dos laços familiares e comunitários.

Garantia de direitos

A OIT defende a superação do trabalho infantil e da exclusão educacional por meio de respostas que incluam a promoção e a proteção dos direitos dos povos indígenas de forma mais ampla.

As medidas incluem intensificar os esforços para estabelecer mecanismos de participação dos povos indígenas na tomada de decisões, na concepção e implementação de políticas e programas, no acesso a uma educação de qualidade culturalmente apropriada e à proteção social, além da garantia do direito à terra.