Inundações históricas colocaram mais de 27 milhões de crianças em risco

Chefe da delegação do Unicef para a COP27 destaca o efeito das inundações no Paquistão, no Malaui e no Sudão do Sul

Mais de 27 milhões de crianças estão com a segurança ameaçada em função das enchentes arrasadoras que ocorreram recentemente em todo o mundo. O alerta foi feita na terça-feira (8) pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).

A agência da ONU fez um apelo aos líderes mundiais reunidos na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, a COP27, no Egito, dizendo que esse grupo enfrenta perigo de afogamento, surtos de doenças, falta de água potável, desnutrição, interrupção no aprendizado e violência.

A chefe da delegação do Unicef para a COP27, Paloma Escudero, destaca o efeito das inundações no Paquistão, no Malaui e no Sudão do Sul. Ela disse que o mundo “está observando níveis sem precedentes de enchentes neste ano e, com isso, uma explosão de ameaças às crianças.”

Enhente na província de Sindh , no Paquistão, setembro de 2022 (Foto: Asad Zaidi/Unicef)

O pedido lançado a governos e grandes empresas é para que baixem rapidamente as emissões de gases do efeito estufa. O Unicef defende uma série de medidas imediatas para “proteger as crianças da devastação do clima, adaptando os serviços sociais críticos de que elas dependem.”

Na parte da adaptação, a ênfase seria para a criação de sistemas de água, saúde e educação sobre resiliência às inundações e secas. A agência relembra que, no ano passado, os países desenvolvidos concordaram em duplicar o apoio à adaptação para US$ 40 bilhões por ano até 2025.

A expectativa é a de que um roteiro realista seja adotado na COP27, incluindo “marcos claros sobre a forma como tal será concretizado, como um passo para cumprir a promessa de conceder pelo menos US$ 300 bilhões por ano para a adaptação até 2030”. Pelo menos metade dos climáticos deverá fluir para a adaptação, enfatiza a agência da ONU.

O Unicef requer urgência na busca de soluções para apoiar populações que irão enfrentar perdas e danos climáticos para além dos limites e para que as comunidades possam melhor se adaptar a essa realidade.

Para cobrir a lacuna financeira, o apelo é para que os planos climáticos nacionais sejam novamente analisados. O objetivo é reduzir as emissões e assegurar uma adaptação que proteja todas as crianças dos impactos das alterações climáticas.

A agência quer mais progressos na educação no campo das alterações climáticas tendo os menores de idade como prioridade. Outra medida é que seja acelerado o investimento em serviços sociais resistentes ao clima e que a ação climática seja mais sensível às crianças.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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